Universia

quarta-feira, junho 27, 2007



Associação de Carnaval da Bairrada diz não
ter condições para realizar o Carnaval de 2008

A discussão sobre o apoio municipal ao Carnaval de 2007 e a realização de 2008 foram os principais assuntos tratados na reunião da assembleia geral da Associação de Carnaval da Bairrada (ACB), que se realizou na noite de 21 de Junho, no antigo quartel dos Bombeiros da Mealhada. Álvaro Miranda, presidente da direcção da ACB, anunciou que não estaria disponível para organizar o Carnaval de 2008 e continuar o seu mandato mas, depois da informação do vereador municipal Gonçalo Breda Marques de que a Câmara iria abordar o assunto a 5 de Julho, adiou a decisão para nova assembleia-geral a realizar nesse mesmo dia.
Álvaro Miranda relatou a sequência de contactos com a Câmara Municipal no sentido "da autarquia suportar o prejuízo de vinte e cinco mil euros, que o mau tempo causou no desfile de 2007". "No dia 11 de Abril, a ACB enviou uma carta à Câmara Municipal a relatar a situação e a pedir o apoio. No dia 19 de Abril, reuniu com toda a vereação da Câmara, e aí surgiu a ideia de ser celebrado um protocolo com uma grelha de trabalhos e de custos. No dia 30 de Maio pedimos à Câmara que se apressasse numa resposta. Até agora a indiferença te sido total. Basta. Estamos fartos de aturar estas indefinições", afirmou Álvaro Miranda. No final da sua intervenção o presidente da direcção entregou na mesa da assembleia-geral uma carta em que anunciava que a direcção da ACB não estava em condições de realizar o Carnaval 2008 e, assim, continuar o seu mandato.
"Pensámos muito nesta tomada de posição, que é, de certa forma, bombástica mas todos os que aqui estão têm que compreender que este ano pagámos o circo que esteve no Carnaval e isso causou-nos transtorno a nível económico. Contudo, garantimos que vamos fazer o Festival de Samba", afirmou Carlos Pinheiro, elemento da direcção da ACB. "Li há pouco tempo, na imprensa regional, que o presidente da Câmara disse que a festa de excelência da Mealhada é a feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada. Depois de ler isto, penso que está tudo dito", acrescentou.

"As pessoas olham para o carnaval e não fazem a mínima ideia do que custa fazer. É muito difícil aceitar o que está acontecer, num ambiente bairradino, onde o Carnaval é, a nível nacional, um emblema", declarou Álvaro Miranda. Sobre a realização do Festival de Samba o presidente da direcção da ACB referiu: "Iremos fazê-lo porque a ACB tem uma dívida para com três escolas de samba".

"Que existam pessoas que não gostem de Carnaval e que o barulho as incomode, ninguém tem nada contra isso, mas não há outro evento na Mealhada que traga tanta gente aqui como o Carnaval. Quando mais se fala Mealhada, na imprensa e na televisão, é mesmo no Carnaval", afirmou João Peres, presidente da mesa da assembleia geral da ACB.

Artur Ermida, da direcção da ACB, disse: "A Câmara já afirmou que pedíamos era uma verba muito alta. Nós, o que pedimos é um maior envolvimento da Câmara. Há cinco, seis anos que a verba que a Câmara nos dá é a mesma e, neste momento, gastamos três vezes mais".

Graciano Sousa, elemento do grupo "A Sapatada", questionou a ACB sobre a possibilidade de haver maior envolvimento de empresas. Álvaro Miranda respondeu: "Temos tido o apoio marcante do Intermarché, que é uma empresa a nível nacional. Por exemplo, a Sociedade da Água de Luso, que patrocina eventos de grandes dimensões, para o Carnaval deu um apoio meramente simbólico. E essa seria uma das primeiras empresas que nos podia ajudar. Tivemos dois azares, a Câmara não assumir o prejuízo do Carnaval e o seguro não cobrir esse prejuízo porque só choveu até às 14h 45m, no dia do corso".

Gonçalo Breda Marques vereador municipal declarou: "Não conheço o protocolo entre a ACB e a Câmara Municipal e, portanto, tenho dificuldade em formular uma opinião. Acho que era importante pressionar mais a Câmara nesta matéria. Daqui a quinze dias vai voltar haver uma reunião, que vai ser pública, e o presidente garantiu-me que este assunto será tratado".

Álvaro Miranda concluiu então: "Foi bom termos sido alertados pelo vereador Gonçalo Breda Marques, sobre a reunião que vai acontecer. Vamos estar presentes e esperar para ver o que a Câmara tem para dizer".

João Peres anunciou que, na quinta-feira, dia 5 de Julho, após a reunião da Câmara Municipal, se realizará nova reunião da assembleia geral da ACB, pelas 21 h 30m, na sede da escola de samba Juventude de Paquetá, onde será analisada a decisão dos autarcas da Câmara Municipal da Mealhada.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 27 de Junho de 2007)

Marchas de São João

Mais de 500 pessoas, no Luso,
assistiram às marchas

No sábado, dia 23 de Junho, realizaram-se no Luso as marchas de São João, promovidas pela Associação de Jovens Cristãos do Luso. Foram mais de quinhentas as pessoas que se juntaram para verem desfilar três marchas populares, com cerca de cinquenta marchantes.
A primeira marcha, constituída pelas crianças do ATL da Associação de Jovens Cristãos do Luso (AJCL), foi ensaiada pelas funcionárias desta instituição e desfilou ao som de "Quatro Estações", com música de Daniel Vieira e letra de Júlio Penetra. A segunda marcha, subordinada ao tema "25 anos na memória", dançou com música de Hugo Moreira e a letra de Inês Seabra. Esta marcha foi formada pelos jovens dos grupos da AJCL, que ensaiaram as suas próprias coreografias. Manuel Almeida Dias, mais conhecido por "Ferreiro", ensaiou a terceira marcha, composta por adultos, denominada "Amigos da AJCL". "Fonte de água encantada" era o título da música de Daniel Vieira, com a letra de Fernanda Maia (Avó Nanda).
As três marchas foram acompanhadas por um coro permamente e por alguns elementos da Filarmónica Pampilhosense. Os arcos foram construídos por João José Seabra Pereira. As costureiras Graça Midões e Gina Guedes fizeram os fatos.
A festa começou junto ao casino, às 19 horas, com a actuação do Quarteto Juvenil, que apresentou música popular. Depois da marcha, o Duo Jorge & Peninha continuou a festa com um baile popular. No recinto do casino esteve a funcionar um bar permanente, onde não faltou a sardinha e a venda de manjericos.
"Correu bem e o público aderiu bastante. Temos muitas crianças a participar e, portanto, isso fez com que viessem muitos pais", disse Luís Brandão, presidente da direcção da AJCL.

Crianças do ATL da AJCL, na primeira marcha

A segunda marcha, com o tema "25 anos na memória"

A terceira marcha, composta por adultos, com o tema "Amigos da AJCL"

As Quatro Estações

Letra: Júlio Penetra
Música: Daniel Vieira

Quando chega a Primavera
Perfumada e colorida
Toda a natureza acorda
Cheia de cor e de vida.

O chão coberto de flores
Os ramos de folhas verdinhas
Que nos protegem no Verão
Nos protegem no Verão
Com as suas frescas sombrinhas.

A roda do ano
Gira, gira sem parar
Mal termina a Primavera
Chega o Verão e o calor
A festa, a praia e o mar!
A roda do ano
Gira, gira sem parar
No céu brilha o sol, de Outono
Muito tímido a dizer
Que o Inverno está a chegar! (Bis)

Outono que tudo pintas
De castanho e amarelo
Cobres o chão de folhinhas
Num tapete fofo e belo

Adormece a natureza
Cansada de tanto dar
Deixa-se cobrir pelo Inverno
Que nos deixa a tiritar!

Fonte de água
encantada

Letra: Avó Nanda
Música: Daniel Vieira

Luso terra de encanto
Onde tudo é luz e cor
Vem cá ver o São João
Vem cá buscar o teu amor

A noite de São João
Passei-a toda a cantar
Convenci o meu amor
A levar-me para o altar

São João do nosso monte
Dá o nome à nossa fonte
Fonte de água encantada
Menina que dela bebe
Não tem medo e nada teme
Fica logo enamorada (Bis)

Vamos andar e dançar
Com o manjerico na mão
Vamos dá-lo ao nosso amor
Na noite de São João

Se vieres à nossa fonte
Na noite de São João
Leva um pouco de água fresca
P'ra dar vida ao coração

São João do nosso monte...

Da janela o São João
Vê as moças a passar
Diz-lhes p'ra ir à capela
A sua oração rezar

Vamos de arco e balão
E de saia a dar a dar
Convidar o São João
Para connosco dançar

25 Anos na memória

Letra: Inês Seabra
Música: Hugo Moreira

Foi em 82

Nesta terra querida
Traço novos a construir
Num horizonte de Vida

Um sonho de três jovens...
Um projecto nasceu
Uma nova forma de Vida
Um ponto de partida
Em busca d'esse Deus

E os jovens saem à rua
Segue a marcha pois então
Cantando pedem à lua
Bela noite de São João

Se hoje se salta a fogueira
Por 25 anos na memória
Vamos saltar a noite inteira
Festejar desta maneira
Ó Luso, canta esta história! (Bis)

Já em 84 se viu
Tanta mostra de talento
Assim que o pano abriu
O Luso aplaudiu com alento

Festas de Mensagem, Festivais
A música dentro de nós
E nos Acampamentos
Tantos bons momentos
Elevam a nossa voz

Debates, Temas, Formação
Serenatas... Raparigas venham ver!
Do desporto à oração
Caminhadas, reflexão
Tudo nos faz crescer!

A marcha vai terminar
Tanto ficou por dizer
Assim é esta Associação
Partilhar experiências, viver!

Peças que formam um todo
Cada quadrado é um rosto
Tantos por aqui passaram
Cantem, gritem connosco
A! J! C! L!

E os jovens saem à rua
Dança o arco e o balão
Nesta noite só a lua
Ilumina o São João

Se hoje se salta a fogueira
Até a noite terminar
Saltemos a noite inteira
A dançar desta maneira
A festa não vai acabar!

E os jovens saem à rua
Segue a marcha pois então
Cantando pedem à lua
Bela noite de São João

Se hoje se salta a fogueira
Por 25 anos na memória
Vamos saltar a noite inteira
Festejar desta maneira
Ó Luso, canta esta história!

Mónica Sofia Lopes
Ricardo Almeida (fotografias)
(in Jornal da Mealhada, 27 de Junho de 2007)

quarta-feira, junho 20, 2007


Noite de Santo António

Marcha de Santo António - Travasso 2007

(Letra e música de Daniel Vieira)


1.

És um cantinho abençoado

Mesmo juntinho ao coração

De todas és a minha rica aldeia

Que me traz à ideia

Amor e devoção!


Vem junto a mim e dá-me o braço

Pega no arco e vamos marchar

Pois esta noite é noite de Sant'António

A dançar e a cantar

Quero o Travasso amar!


2.

Cá vai o Travasso na sua marcha

Com as arcadas e os balões

E pró caminho, para iluminar

Temos luzes de encantar

Que nos tocam os corações!


Temos também lindas moçoilas

E uns gaiatos traquinar!

Pois esta noite é noite de Sant'António

A dançar e a cantar

Quero o Travasso amar!


Refrão (Bis)


Travasso, Travasso

O teu povo é tão rico!

Travasso, Travasso

Eu te dou um manjerico!


Travasso, Travasso

Tu vendes alegria

Festeja Sant'António

Nesta noite de magia!


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 20 de Junho de 2007)

MEALHADA

Escola Secundária
promoveu II Sarau Desportivo

No passado dia 15, sexta-feira, realizou-se o II Sarau Desportivo de Educação Física no pavilhão gimnodesportivo da Escola EB2,3 da Mealhada.
Este encontro foi promovido pela Escola Secundária da Mealhada e esteve aberto ao público, gratuitamente.
Na primeira parte do sarau actuaram quatro dançarinas de patinagem, a abrir o espectáculo, houve uma demonstração de hóquei em patins por jogadores do Hóquei Clube da Mealhada (HCM), a actuação do grupo BATUK'ART, do Luso, e demonstrações de atletismo - paralelas, aerocombat e ginástica acrobática. Na segunda parte voltou actuar o grupo BATUK'ART, houve ginástica do solo, dança, por elementos da Escola Secundária da Mealhada (prova das Escolíadas de 2006/2007), saltos de plinto, danças e cantares de folclore pelo rancho "As Tricanas do Luso", demonstração de karaté, por atletas do HCM, de trave olímpica, aerolatina, mini-trampolim, parkour, samba, basquetebol, Hip-Hop e, por fim, um desfile com todos os atletas participantes.
A entrega de prémios relativos ao desporto escolar foi feita pelo presidente do conselho executivo, prof. Fernando Trindade.
No final, os alunos que fizeram a apresentação do sarau agradeceram "a todos os que colaboraram, a todos os grupos convidados, à Escola EB 2,3 da Mealhada, nomeadamente ao grupo de professores de Educação Física, ao conselho executivo, pelas iniciativas tomadas ao longo do ano lectivo, a Bráulio Lopes, funcionário da escola, a Claúdio Pires, da Quinta dos Três Pinheiros e, por fim, à Câmara Municipal da Mealhada".
A concluir, Fernando Trindade disse: "Aproveito esta oportunidade para pedir aos encarregados de educação que incentivem os seus filhos a praticarem desporto escolar. Esperançado em que assim seja, vou dar por terminado este sarau com um até para o ano".

Os alunos participantes no Sarau Desportivo

A assistência

Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 20 de Junho de 2007)


domingo, junho 17, 2007


À CONVERSA COM... RAFAELE MANNARINO

Só continuaremos na primeira divisão distrital se,
até 1 de Julho, tivermos pelo menos mil sócios pagantes...

Rafaele Mannarino é o presidente da direcção do Grupo Desportivo da Mealhada (GDM) desde Julho de 2006. Ao Jornal da Mealhada e ao Rádio Clube da Pampilhosa este advogado, de 28 anos, falou do primeiro ano do seu mandato, das vitórias e dos fracassos como dirigente, das certezas e das condições para mais uma época.

Qual a razão da sua candidatura à presidência da direcção do GDM, um clube histórico do concelho da Mealhada?


A equipa que lidero, constituída, maioritariamente, por pessaos entre os vinte e sete e os trinta anos, decidiu assumir responsabilidades no clube, porque achou que as crianças e os jovens atletas do clube mereciam mais. Foi essencialmente por causa deles que nós decidimos apostar na direcção do clube.


Anteriormente o Desportivo estava a ser gerido por uma comissão administrativa. Havia, portanto, instabilidade na gestão do GDM.


Exactamente. Se bem que seja justo aqui deixar uma palavra à comissão administrativa. A comissão administrativa deixou o clube numa situação financeira aceitável, não boa mas aceitável, pagou, até, algum do passivo, fez um trabalho bom na contenção de despesas. Em termos organizativos não pôde, porém, atingir grande resultado, até porque não havia uma cabeça, uma liderança clara. Acima de tudo tiveram o mérito de não ter deixado nada da sua gestão por pagar. Organizativamente, o clube estava muito mal. Quando assumimos responsabilidades essa foi a nossa primeira preocupação. Nenhum de nós tinha feito parte de uma direcção de um grupo desportivo e, por isso, também estávamos aprender. Nos primeiros tempos da nossa gerência houve pessoas que nos ajudaram muito, nas inscrições, por exemplo, e que ainda nos ajudam em relação a uma série de procedimentos, como o dos seguros.


Não o assustou liderar a direcção de um clube com mais de sessenta anos?


A responsabilidade sente-se sempre, como é óbvio. É uma grande responsabilidade pegar num clube, gerir trezentas pessoas, entre atletas, treinadores, dirigentes, responsáveis pelos transportes, roupeiros, pessoal da limpeza e da secretaria, etc. Tudo isso implica muita coisa. A história de 62 anos de Grupo Desportivo da Mealhada cria também uma grande responsabilidade. Lidamos com cinco, seis mil histórias, memórias de pessoas a quem o GDM muito diz. Tentámos, de qualquer modo, que isso não interferisse demasiado nas nossas decisões.


A direcção do GDM está mais preocupada com o presente e com o futuro. É assim?


Não. Uma pessoa que não olha para o passado não terá futuro. Nós temos muito carinho pelo nosso passado, queremos manter viva essa chama. Queremos que as pessoas que estão ligadas ao Desportivo assim permaneçam e queremos, também, dar um passo em frente. Queremos colocar o Grupo Desportivo da Mealhada no século XXI, aproveitando as boas lições que o passado pode trazer e adaptando-as para podermos ter um futuro melhor.


Que escalões tem, hoje em dia, o Grupo Desportivo da Mealhada?


O Grupo Desportivo da Mealhada tem, neste momento, oito escalões de formação, cerca de duzentos atletas, crianças e jovens. Não é possível haver mais escalões. Em alguns clubes há divisão dentro dos mesmos escalões. Por exemplo, os iniciados, os juvenis e os juniores, em alguns clubes estão divididos em dois anos. Nós não temos essa divisão, ainda. Mas temos crianças de quatro anos a treinar connosco, que nem sequer têm campeonato. Só a partir dos sete anos é que podem entrar em competição. Temos cerca de trinta crianças com menos de sete anos de idade que treinam duas vezes por semana, no relvado, como é óbvio. São muito pequeninos, temos dois treinadores para eles.


As crianças e os jovens treinam no campo pelado junto do Municipal Dr. Américo Couto. Terá este espaço condições razoáveis para uma prática desportiva saudável?


Essa é uma velha batalha do Desportivo. Resolver esse problema é um forte objectivo desta direcção. Queremos melhorar as infra-estruturas, nomeadamente transformando o campo pelado num campo de relva sintética. Quanto aos treinos, nós tentamos que as crianças e jovens, de todos os escalões, treinem o mais possível no relvado, porque é do que eles gostam e são as melhores condições para eles. Mas se é certo que, em termos de balneários, dispomos de infra-estruturas novas, a verdade é que, durante o Inverno, a relva não aguenta muitos treinos, porque chove, porque se desgasta com o uso. Os tratadores da relva recomendam que se faça, preferencialmente, um treino de dois em dois dias. Algumas vezes, porém, dá para fazer treino todos os dias. Se tivermos em conta que há cerca de vinte e sete a trinta treinos por semana, chegamos à conclusão de que só uma ínfima parte, três treinos, podem ser feitos no relvado. No Verão é possível os atletas treinarem muito mais no relvado, mas, ainda assim, há que submeter a relva a tratamento adequado.


A Câmara Municipal vai construir a bancada nascente do Campo Municipal Dr. Américo Couto. Considera que, de alguma maneira, a prioridade do investimento deveria ser a colocação da relva sintética no campo pelado adjacente?


Pensando unicamente no interesse do Grupo Desportivo da Mealhada, teríamos de dizer que a bancada tem servido e serviria por mais um ou dois anos. Mas eu compreendo que a Câmara tenha um projecto para a bancada e para o seu aproveitamento. Um projecto ambicioso que vai muito mais longe do que o plano desportivo. A bancada reconstruída não teria, de imediato, grande utilidade para nós. Claro que o sintético seria muito mais útil e iríamos tirar maior proveito. Este seria um projecto muito mais caro do que o da bancada, mas também mais útil para o Grupo Desportivo da Mealhada.


A Câmara sabe dessa pretensão do Grupo Desportivo da Mealhada? A colocação de um piso sintético estará para um futuro próximo?


Nós temos ótpimas relações com a Câmara Municipal da Mealhada, mas não há, neste domínio, grande adiantamento. Posso dizer que a colocação do piso sintético já esteve mais longe.


Têm sido conseguidos apoios monetários para o clube?


A Câmara Municipal da Mealhada atribui-nos um subsídio anual. Permita-me sublinhar que se trata de um subsídio e não de um financiamento. Esse apoio é dado ao Grupo Desportivo da Mealhada como a qualquer outro clube. E o que recebemos é público, vem no jornal, é de cerca de 27 mil euros. É preciso, como se vê, angariar bastantes apoios. Temos ajudas dos sócios, temos empresas do concelho que nos auxiliam, temos os pais, temos também o resultado da exploração do bar nos dias dos jogos e temos o resultado das entradas.


Organizaram uma campanha de sócios. Deu resultado?


Nós fizemos uma campanha a que demos o nome de "Faça-se sócio", que, à semelhança do que se faz por todo o País, consiste na venda de um kit que incluiu um conjunto de vantagens diversificadas. A campanha não correu como nós esperávamos. Ficou muito aquém dos nossos objectivos. Quem era sócio continuou a ser sócio, mas não houve grande adesão para além da de alguns pais motivados pela vantagem de que beneficiam em relação às mensalidades dos atletas. No ano passado, quando a equipa sénior desceu para a segunda divisão distrital, recebemos, em Agosto, um telefonema a perguntar se nos queríamos manter na primeira divisão, uma vez que uma equipa que havia desistido. Pensámos, na altura, que era preciso fazer chegar aos sócios e à população a mensagem de que nós arriscamos, de que queremos ganhar e achamos que o lugar da Mealhada é sempre acima do que está agora. Pensávamos que, juntamente com isto, com o kit de novo sócio e outras iniciativas que nós tomámos, iríamos conseguir entrar mais dentro da população da cidade.


A juventude dos dirigentes do GDM não acaba por jogar contra vocês, neste projecto?


Não. Muito pelo contrário. São os sócios mais antigos e de mais idade que nos dão mais apoio. Deixo-lhes aqui, também, o meu apreço. São eles que pagam as quotas, são eles que vão aos jogos. Se virmos a bancada do Grupo Desportivo da Mealhada, num dia de jogo, é notório que a maior parte das pessoas tem mais de cinquenta anos. Nós tentamos cativar muito mais os jovens, para que vejam que temos dinamismo e que há vontade de fazer coisas. O futebol é um espectáculo. Ir ao futebol é como ir ao circo, ao cinema, tem que se gostar daquilo que se vê. E nós temos que conseguir cativar as pessoas para lá irem, porque não se trata de uma necessidade. Um espectáculo bom tem que ser pago. Um sócio paga um euro e meio para ver um jogo e depois paga uma quota por ano, que pode ir dos dezoito aos trinta euros. E é nesse sentido que nós tentamos cativar as pessoas. Temos tido bastante apoio também da parte dos jogadores de todos os escalões. Gostávamos de chegar àquela faixa etária até aos quarenta anos mas, neste momento, ainda não conseguimos cativá-la. No kit de novo sócio tentámos chegar também junto das mulheres. Temos um kit para senhoras, que custa doze euros por ano. A pensar nelas, em conjunto com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, promovemos o Mama Tour, uma caminhada para angariação de fundos. Conseguimos reunir bastantes senhoras, apesar do mau tempo do dia em que se realizou.


O GDM comemorou recentemente o Dia Mundial da Criança. Foi uma forma de homenagear os jogadores do clube ou atrair sócios?


É um bocadinho de cada. É uma mensagem que gostaríamos de passar, a de que estamos aqui para mais do que, apenas, o futebol. Gostamos de nos inserir na sociedade. Eu gosto de, para ilustrar a situação actual do GDM, usar a imagem de um leão que esteve enjaulado num jardim zoológico durante muitos anos e que ia sendo alimentado, não tinha que fazer nada para obter alimento. Estava lá, passeava dum lado para o outro na jaula e a comida era-lhe jogada lá para dentro. Passados quinze anos agarram nesse leão, devolvem-no à selva e dizem-lhe: "Caça ou morres". Esse leão não conhece os mecanismos da caça mas, por instinto, tem de aprender. No GDM o financiamento era como a comida do leão, era-nos oferecido. Agora temos de aprender os mecanismos de angariação de fundos, temos de arranjar as armas, a motivação, os procedimentos para que o leão cace. Para conseguirmos os apoios necessários para o clube continuar.


Os jovens da Mealhada estão afastados do fenómeno associativo e afastados do clube?


Estamos a promover algumas iniciativas para contrariar isso. Estamos a organizar uma claque, por exemplo. É um projecto que surgiu a meio do ano e que nós gostaríamos de ver implementado. Já aprovámos um símbolo para essa claque e um nome.


E qual é o nome?


Ofensiva 1945. Foi o nome proposto por alguns jovens a quem me dirigi e com quem, por diversas vezes, insisti para que fossem ver os jogos. Foi em 1945 que o clube se formou. Teremos uma claque mas, se alguma vez virmos confusão por culpa sua, ser-lhe-á cortado todo o apoio que o Desportivo lhe esteja a dar. O GDM dar-lhe-á todo o apoio, desde espaços, sede...


Uma das apostas da direcção era a ideia do kit e dos descontos em lojas para os sócios. Como é que correu essa campanha no ponto de vista das empresas?


A adesão das empresas ao cartão de sócio, isto é, dando descontos a quem fosse sócio do Grupo Desportivo da Mealhada, foi um sucesso. Conseguimos a implicação de cerca de vinte empresas do comércio local mealhadense. Quanto a outro tipo de apoio vindo de empresas tem havido um acréscimo relativamente ao ano passado. Os empresários viram que a nossa direcção tem uma postura diferente da que tinha a comissão administrativa e da de outras direcções. Tem que haver um entendimento da parte de todos para que contribuam com aquilo que puderem.


Disse que recebeu, há cerca de um ano, um telefonema a perguntar se a equipa sénior do GDM queria permanecer na primeira divisão distrital. Respondeu na altura que sim. Este ano voltou a descer. É possível que receba novo telefonema...


Sim, é possível. Mas a minha resposta é que, se calhar, não vai ser a mesma.


Se calhar? Do que depende?


É aqui que se insere o apelo aos sócios e foi por isso que organizámos o kit de sócios. Não é possível manter uma equipa com estes parâmetros na primeira divisão sem ter, da parte dos sócios, sinais de uma aposta forte. Porque eu também não sou apologista de que subamos para estar sempre a descer. Só continuaremos na primeira divisão distrital se, até 1 de Julho, tivermos pelo menos mil sócios pagantes...


Quantos sócios tem o clube, neste momento?


À volta de quatrocentos.


É um objectivo ambicioso?


Não, temos inscritos mil e trezentos sócios. Mas só quatrocentos é que pagam quotas. Com quatrocentos a pagar não se chega a receber quinhentos euros por mês. Não é possível para um clube, com despesas de transporte e de alimentação, viver com essa receita. Vamos jogar a Arouca, a Entre-os-Rios, a Castelo de Paiva, no limite norte do distrito. E nós estamos no limite sul. A única condição, - volto a referir que isto é, directamente, para os sócios -, é termos pelo menos mil sócios pagantes.


Não estará, de alguma forma, a chantagear os sócios?


Não. Eu estou a enunciar, pura e simplesmente, os nossos objectivos. Somos transparentes. Nós estávamos à espera de ter maior retorno da parte dos sócios.


Qual é a opinião dos jogadores em relação à condição que está a enunciar? Preferem certamente jogar na primeira divisão...


Naturalmente que eles quererão ficar na primeira divisão. Eles estiveram fortemente motivados, durante o ano. Eu tenho muito orgulho nesta equipa sénior. Mantiveram o espírito de querer ganhar. O fim da época foi elucidativo disso mesmo. Nós ganhámos uma série de jogos agora, no final da temporada.


Desceu um número significativo de equipas...


Se não tivessem de descer sete equipas, nós manter-nos-íamos nesta divisão. Já são dois anos seguidos em que descem sete ou oito equipas. E isso não me parece nada certo. É, da parte da associação, brincar com os clubes. Quando entramos nunca sabemos aquilo com que podemos contar. Não pode haver sempre esta incerteza de haver seis ou sete descidas de divisão. Na minha opinião isso é errado e tem que haver outro tipo de planeamento. Há uma hipótese de não haver a terceira divisão distrital de Aveiro. Haver, sim, a segunda divisão, dividida em séries. Para mim essa será a melhor opção.


O GDM voltou a descer. A direcção está arrependida de ter decidido, na época anterior, que a equipa de seniores permanecesse na primeira divisão distrital?


É tudo uma aprendizagem. Passamos pelas coisas para aprender e nós aprendemos.


Mas os gastos também foram mais elevados.


Muito mais elevados do que se tivéssemos ficado na segunda divisão. A recuperação financeira teria sido muito melhor. Como também teria sido muito melhor se os sócios tivessem aderido como eu esperava. O que estou a dizer não é para os sócios que vão aos jogos e que pagam as quotas, porque esses já o fazem há muitos anos. Eu falo dos outros sócios. Falo dos sócios que não estão a pagar as quotas e dos novos que gostaríamos de cativar. Se calhar a equipa começou a perder jogos e não atraiu pessoas.


Acha que a segunda divisão proporciona melhor espectáculo?


Penso que agora, na segunda divisão, temos condições para ganhar mais jogos. De certeza que teremos mais pessoas a ver os encontros porque, pelo menos os de fora, virão. Porque, apesar de tudo, a equipa sénior é mantida pelos sócios e pelo rendimento que se tira em cada partida. Eu não entendo como financiamento do clube o que pagam os pais e o subsídio da Câmara. Nem acho que esse dinheiro deva ser canalizado para a equipa sénior. Os pais que pagam contribuem para o Grupo Desportivo da Mealhada, mas para o escalão a que pertencem os seus filhos, e é nesse escalão que o dinheiro é gasto.


Considera que, de alguma maneira, faria senntido unir os esforços de todos os clubes do concelho e criar uma equipa única para disputar campeonatos nacionais profissionais? Seria um projecto a que o GDM estaria receptivo?


No concelho da Mealhada há uma grande quantidade de clubes, uma grande diversidade, cada freguesia tem um clube, aliás, há freguesias que têm mais do que um. Também acho que são muitos.


Porquê?


Nomeadamente porque a Câmara Municipal os subsidia todos. Eu acho que a Câmara Municipal deveria subsidiar, exclusivamente, as escolas dos clubes. Considero que quem não tivesse escolas não deveria receber o subsídio da Câmara.


Isso seria desvalorizar totalmente o aspecto competitivo...


Se um clube quer ter uma equipa sénior competitiva a Câmara não tem que financiar, tem apenas que subsidiar. Para que é que a Câmara subsidia? Para garantir o aspecto de utilidade pública, para um aspecto social que o clube tenha. Por que é que a Câmara subsidia associações? Porque as associações fazem um trabalho importante, social e culturalmente. É como os clubes que têm um trabalho social, cultural e desportivo importante junto das crianças, dos adolescentes, dos jovens, não junto dos seniores. Até podia haver mais clubes, desde que não fosse a Câmara a subsidiar. Sabemos também que, se a Câmara não subsidiasse, muitos deles acabariam. Se calhar é esse o caminho. Porque acho que há doze, treze, quinze clubes seniores, no concelho da Mealhada, que se andam a arrastar. E o dinheiro que se anda a gastar nesses clubes poderia ser gasto de outra forma. Quando me junto com os meus amigos para jogar à bola, pago o pavilhão e o equipamento e isto é o que acontece nas equipas seniores. Outras equipas seniores ou mesmo o Mealhada não têm objectivos, neste momento, de serem, campeãs ou algo assim. Porque aquilo é um grupo que se junta para brincar, que está lá para se divertir, para fazer divertir os outros. Se houver um objectivo diferente, o Grupo Desportivo da Mealhada pelo menos tem o objectivo de fazer crescer a equipa sénior. Esses objectivos têm de ser cumpridos, baseados nos financiamentos próprios. Não tem que ser a Câmara a financiar um projecto de uma equipa sénior.


Os clubes mais fracos não têm direito à prática desportiva?


Têm todo o direito. Como eu tenho direito à minha prática desportiva, enquanto pessoa. Jogo à bola e não tenho a Câmara a financiar-me. Junto-me com os meus amigos, pago o pavilhão e jogo.


A próxima época continua então numa sombra de dúvidas relativamente à divisão a que os seniores irão pertencer.


Não há dúvida nenhuma. Neste momento vamos para a segunda divisão.


Mesmo que receba o tal telefonema?


Sim, sim. Neste momento ficaremos na segunda divisão.


(in Jornal da Mealhada, 13 de Junho de 2007)

terça-feira, junho 12, 2007


Hospital da Misericórdia

promove "Saúde para todos"


A Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, proprietária do Hospital da Mealhada, apresentou, na tarde de sábado, 9 de Junho, no Jardim Municipal, um cartão que proporciona descontos em consultas, análises e tratamentos hospitalares.

"Saúde para todos" é o nome do cartão. Com duração de um ano, tem o custo de 36 euros.

Há a possibilidade de fazer pagamentos mensais de três euros. João Peres, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, afirmou: "As pessoas já tinham procurado pelo cartão, queriam saber quando era o lançamento e como funcionava. Estamos aqui há poucos minutos e já vendemos cem cartões".

Com este cartão, os serviços de urgência 24 horas e de meios complementares de diagnóstico sofrem um desconto de cinquenta por cento, tornando-se mais baratos do que no Serviço Nacional de Saúde. Os serviços de fisioterapia terão, com o cartão, um desconto de vinte por cento.

"Estamos a demonstrar ao Governo e ao Ministério da Saúde que estamos com eles. As Misericórdias têm este espírito de criar bem-estar às populações. É um cartão acessível e queremos proporcionar os melhores caminhos para as pessoas se dirigirem ao Hospital da Mealhada", concluiu João Peres.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 13 de Junho de 2007)


MEALHADA


Escolíadas com gala de entrega de

prémios no cineteatro Messias


Na quarta-feira, dia 6 de Junho, no cineteatro Messias, na Mealhada, decorreu a gala de entrega de prémios das Escolíadas 2007. Na cerimónia foram entregues os prémios a todas as escolas e representadas as provas mais pontuadas de todas as sessões.

Claúdio Pires, criador das Escolíadas, começou por dizer: "Quero aplaudir as claques de todas as escolas que participaram. Nesta gala vou dar especial atenção às claques vestindo, ao longo da noite, os fatos de todas as que participaram".

O prémio para a prova mais pontuada de música e dança foi para a Escola Secundária José Estevão de Aveiro. "Esta prova está encadeada com o teatro. Através da música e da dança vamos caracterizar as personagens do teatro", afirmou um elemento da escola. O prémio de melhor intérprete de dança foi entregue ao aluno João, também, desta escola.

O prémio para a melhor cantora das Escolíadas 2007 foi para a aluna Milene, da Escola Secundária de Oliveira do Bairro, e o prémio de melhor dança coube à Escola Secundária Dr. Mário Sacramento (Aveiro), com o tema "Janela da Saudade".

A Escola Secundária Homem de Cristo (Aveiro) teve a prova de teatro mais pontuada. Intitulava-se "Sal e Pimenta". A aluna Tatiana, actriz principal da peça, ganhou o prémio de melhor intérprete de teatro das Escolíadas 2007.

O prémio da Juventude, destinado ao professor ou aluno que se tenha destacado pela forma como participou nas Escolíadas, foi entregue a um professor do Colégio de Albergaria-a-Velha.

De seguida, os dezassete quadros que foram pintados nas sessões das Escolíadas foram visualizados. A tela mais pontuada foi a da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré.

A Escola Secundária da Mealhada ganhou o prémio de melhor claque. A música mais pontuada foi a da Escola Secundária Dr. Magalhães Lima, de Esgueira.

Foram entregues prémios, também, pela participação nas Escolíadas à Escola Secundária Dr. João Celestino Gomes, de Ílhavo, à Escola Secundária Dr. Lopes de Morais, de Mortágua, à Escola Secundária Avelar de Brotero, de Coimbra, à Escola Secundária de Vagos, à Escola Profissional de Agricultura de Vagos, à Escola Secundária de Oliveira do Bairro, à Escola Secundária de Carregal do Sal, ao Agrupamento de Escolas de Penacova, à Escola Secundária Drª Maria Cândida, de Mira, e à Escola Secundária Dr. Magalhães Lima, de Esgueira.

A terminar, Claúdio Pires homenageou o staff das Escolíadas com medalhas e fez a entrega dos prémios para as três escolas mais pontuadas das sessões que decorreram em 2007.

Filomena Pinheiro, vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada, entregou prémios, à escola que ficou em terceiro lugar, Escola Secundária Dom Dinis, de Coimbra.

Catarina Rodrigues, do Instituto Português da Juventude, entregou prémios à segunda escola mais pontuada, Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Por fim, João Pereira, presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, entregou prémios à escola vencedora, Colégio de Albergaria-à-Velha.

Claúdio Pires encerrou a gala e disse: Cada vez mais estes jovens aparecem com novos desafios técnicos para serem concretizados. Tudo o que me pedem eu e o staff temos conseguido realizar e tornar possível nas sessões das Escolíadas".


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 13 de Junho de 2007)


FEIRA DE ARTESANATO E GASTRONOMIA DO MUNICÍPIO DE MEALHADA


Nona edição está a decorrer


Está a decorrer, desde sábado, dia 2 de Junho, no Jardim Municipal da Mealhada, a nona edição da Feira de Artesanato e Gastronomia do Município. Nesse dia, ao início da tarde, Carlos Cabral, presidente da Câmara, visitou cada um dos stands de artesanato e cada uma das oito tasquinhas presentes na feira. Carlos Cabral foi acompanhado por todos os vereadores do executivo municipal, pelos presidentes das juntas de freguesias, por elementos da Assembleia Municipal e por representantes de várias associações do concelho da Mealhada.

A nona edição da Feira de Artesanato e Gastronomia conta este ano com a participação de trinta e cinco expositores de artesanato, onze dos quais do concelho da Mealhada, de duas associações - a Associação dos Apicultores do Litoral Centro e a Associação de Doentes com Lúpus - e ainda da Câmara Municipal de Mealhada, com o stande Educar para brilhar.

A gestão e exploração das oito tasquinhas, uma por freguesia do concelho da Mealhada, é da responsabilidade de associações concelhias. A tasquinha da freguesia da Antes é gerida e explorada pelo Centro Recreativo da Antes e a da freguesia de Barcouço, pelo Centro Cultural e Recreativo de Adões. O Sport Clube do Carqueijo gere a tasquinha da freguesia de Casal Comba e ao Centro Recreativo de Barrô cabe a exploração da tasquinha da freguesia do Luso. A exploração da tasquinha da freguesia da Mealhada está entregue aos Bombeiros Voluntários mealhadenses e a da freguesia da Pampilhosa é da responsabilidade do Grupo Regional da Pampilhosa do Botão e do GEDEPA. O Centro Recreativo e Cultural Lameirense, da Lameira de São Geraldo, tem a seu cargo a tasquinha da freguesia da Vacariça e o Rancho Infantil e Juvenil de Ventosa do Bairro está a explorar a tasquinha desta freguesia.

Nas traseiras do edifício da Câmara Municipal foi instalado um espaço dedicado ao Ambiente, onde se podem encontrar ecopontos, oleões e compostores. "A ideia é promover a separação e a reciclagem do lixo produzido pleos feirantes", diz a Câmara Municipal em comunicado à imprensa.

A feira vai estar aberta ao público domingo, dia 10 de Junho, e contará com animação nocturna de acordo com o programa que publicamos na página 19 deste jornal.



Artesãos

presentes na feira


Na feira estão presentes o seguintes artesãos: Joaquim Carvalho, do Carregal do Sal - artigos em pele, Joana Branco, da Pampilhosa - bijutaria e acessórios, Aveitripas, de Aveiro - bolacha americana, Norbert Schwäbl, de Semide - brinquedos e jogos em madeira, António Moreira, de Arganil - artigos decorativos em xisto, Sara e Samuel Silva, da Pampilhosa - artigos decorativos em madeira, Geladaria Artesanal, de Sangalhos - gelados, Anacleto Marques Luís, de Casal Comba - sapateiro, Alexandre Santos, de Sever do Vouga - miniaturas de alfaias agrícolas, Moreira, de Águeda - faiança decorativa, O Tear, de Almalaguês - tecelagem, Natália Morais, de Barrô - empalhamento e cestaria, Otília de Jesus Ferreira, da Vimieira - trabalhos com flores secas, Artesanato Urbano, de Oliveira de Azeméis - trabalhos em corno de boi bravo, Município de Penacova / Palmira Lopes (paliteira) - palitos e artesanato em madeira, Manuel Martins, de Macinhata do Vouga - artigos de decoração e tanoaria, José Santos, do Travasso - pintura, Olaria Felica, de Aveiro - olaria, Vera Ferreira, de Ancas - pintura, Artesave, de Vila do Conde - malhas manufacturadas, Joaquim Borges, de Quintã - trabalhos em arame, Artesãos em couro, de S. João da Madeira - artigos de couro, Ana América, de Albergaria-a-Nova - tecelagem, Ester Marques, de Amoreira da Gândara - patchwork, Olaria de Juncais - cerâmica decorativa, Maria Conceição Costa, da Mealhada - cerâmica, Pedro Silva, da Pocariça - tamancaria, Teresa Sobral, de Ovar - bonecos tradicionais em lã, Pão-de-ló Cruz, de Ovar - doçaria, Escola Profissional Vasconcellos Lebre, da Mealhada - pão da Mealhada, Maria da Luz Simões, de Tentúgal - doçaria tradicional, Jorge Jesus, de Barrô - padaria ao vivo.

Encontram-se também na feira os standes do Grupo de Bordados da Mealhada, com trabalhos das suas componentes, e dos produtores de vinho do município de Mealhada, com tintos, brancos e espumantes da região bairradina.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 6 de Junho de 2007)


MEALHADA


Expo-Feira de Velharias

soma e segue


No Domingo, dia 3 de Junho, realizou-se mais uma Expo-Feira de Velharias, junto da Capela de Sant'Ana, na Mealhada. A feira é promovida pela Santa Casa da Misericórdia da Mealhada com o apoio de especialistas. Realizada mensalmente, desde há quase quatro anos, vai somando visitantes, vendedores e muitos negócios.

"Nesta feira, que se realiza no primeiro domingo de cada mês, só estão à venda velharias", diz-nos José Nunes, funcionário da Santa Casa da Misericórdia responsável pela fiscalização da feira. Abílio Simões, vice-provedor da Santa Casa acrescentou: "Para uma peça ser considerada velharia tem que ter pelo menos vinte e cinco anos. Só no caso de se tratar de colecções é que deixa de ser necessário ter essa idade".

A feira já fidelizou vendedores. "Temos sempre cerca de dezassete, dezoito vendedores. Alguns vêm de longe. Dois, por exemplo, são de Vila Nova de Famalicão", disse José Nunes. "Nesta altura do ano, a adesão do púcblico é mais frequente do que no Inverno. As vendas têm sido razoáveis. As pessoas vêm para visitar a feira mas, geralmente, saem sempre com alguma compra. Já vi peças de ouro a serem vendidas aqui, por mais de seis mil euros", concluiu.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 6 de Junho de 2006)

segunda-feira, junho 11, 2007


Dia Mundial da Criança na Mealhada


CINETEATRO MESSIAS


Escola Secundária promoveu

"Encontro com as Artes"


"Encontro com as artes" foi o título do espectáculo promovido pela Escola Secundária da Mealhada, no sábado, dia 2 de Junho, no cineteatro Messias, na Mealhada. O espectáculo integrou-se nas comemorações do Dia Mundial da Criança e teve a colaboração do Colégio Nossa Senhora da Assunção, de Famalicão, e da Escola de Bailado de Águeda.

Guida Lacerda, a quem coube a aparesentação, afirmou no início do espectáculo: "Este encontro acontece por três motivos. Em primeiro lugar, por ser o Dia da Criança, em segundo, para mostrar o que os jovens conseguem fazer, e em terceiro lugar, para premiar o esforço destes jovens para além da actividade escolar".

O espectáculo começou com a actuação do coro "Cluny Vox", constituído por trinta alunos do 5º ao 12º anos do Colégio Nossa Senhora da Assunção, e dirigido pelo maestro Celestino Ortet. De seguida cantou o coro "Pequenos cantores de Cluny", também do colégio de Famalicão, formado por quarenta e cinco vozes de alunos do primeiro ciclo do ensino básico.

Em continuação actuou o grupo de balé da Escola de Bailado de Águeda, que representou o bailado "O Corsário". Com coreografia da professora Paula Conceição e música de Adolphe Adam, esta peça foi interpretada por sete alunos do grau intermédio.

Na parte final do espectáculo subiu ao palco a peça de Gil Vicente "Auto da Barca do Inferno", representada pelos alunos da turma A do 9º ano da Escola Secundária da Mealhada e encenada pela professora Júlia Gomes. A representação desta peça foi feita no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, já tinha tido lugar na escola, para os pais dos alunos, no dia 22 de Março. Dia Nacional do Teatro.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 6 de Junho de 2007)


ESCOLA SECUNDÁRIA DA MEALHADA


Estágios de 12º ano

são um sucesso


Na Escola Secundária da Mealhada o Curso de Acção Social, vertente animador sociocultural, e o Curso Tecnológico Design de Equipamento promoveram este ano, pela primeira vez, estágios para os alunos que iniciaram o curso há três anos. Os estágios têm a duração de 240 horas, repartidas por treze semanas.

Maria do Carmo Gonçalves, professora de Saúde e Socorrismo e coordenadora, e Sara Pereira, professora de Práticas de Animação Sociocultural e orientadora de estágio do Curso de Acção Social, vertente animador sociocultural, explicaram ao JM como dividem os dezassete alunos que orientam pelas várias instituições onde estagiam: Santa Casa da Misericórdia, Jardim de Infância de Sant'Ana, Biblioteca Municipal da Mealhada e Escola Pública e ATL da Antes.

"Os alunos têm feito animação de contos infantis, actividades a nível de expressão plástica, jogos, expressão dramática, organizaram uma palestra sobre o 25 de Abril e uma exposição sobre escultura e cinema. A escola é que pede estes estágios às instituições", disse Sara Pereira.

"Nos lares há dificuldade em arranjarem estagiários, mas nos infantários há muitos, nem vale a pena irmos lá procurar espaço para os nossos alunos", argumentou Maria do Carmo Gonçalves.

"Os alunos estão nestes estágios às quartas-feiras à tarde e o dia todo às terças e sextas-feiras. Estamos a par de tudo o que eles fazem porque têm que apresentar relatórios semanais. E também apresentam um relatório final, para a defesa do estágio", afirmou Sara Pereira.

O JM falou também com três alunos que estão a estagiar na Biblioteca Municipal da Mealhada, André Castanheira, André Vaz e Pedro Duarte. "Este estágio deu-nos uma perspectiva diferente da realidade escolar", disse André Vaz. André Castanheira acrescentou: "A proximidade com o mundo do trabalho e as possibilidades de o conhecer são muito maiores".

Isabel Gonçalves, professora de Oficina e Design de Equipamento, é coordenadora de estágio e directora do Curso Tecnológico Design de Equipamento e controla nove alunos. "Os alunos estão divididos por muitas empresas desta região, tais como a IMCL, e a CINCA, a Pavigrês (Anadia), a RECER (Oliveira do Bairro), a Esmalticer (Águeda), a Colorobbia e a Porcelanas Costa Verde (Vagos). O estágio é feito às quartas-feiras, da parte da tarde, e às quintas e sextas-feiras, todo o dia", afirmou Isabel Gonçalves. "Os alunos têm, com estes estágios, contacto com o mundo do trabalho e um horário de trabalho, ou seja, criam rotinas para o futuro", concluiu.

Os estágios, que tiveram início em 27 de Fevereiro, vão terminar no dia 8 de Junho.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 6 de Junho de 2007)


Natação


PISCINA MUNICIPAL DA MEALHADA


Festival de Escolas da Associação

de Natação de Coimbra


A Piscina Municipal da Mealhada acolheu, no sábado, dia 2 de Junho, o segundo Festival de Escolas da Associação de Natação de Coimbra. A prova foi organizada pela referida associação conimbricense e teve o apoio da Câmara Municipal da Mealhada.

Participaram 210 nadadores, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos, pertencentes a vinte e um clubes da zona Centro do País, desde Gouveia à Figueira da Foz, filiados na categoria de "Escolas" e que não tinham participado em nenhum torneio de cadetes.

Realizaram-se provas de 50 metros livres, de 50 metros bruços, de 50 metros costas, de 25 metros em estilo mariposa e provas de 4 vezes 25 metros livres para atletas dos sexos masculino e feminino.

Segundo a organização, o festival constituiu uma mostra das actividades desenvolvidas pelas escolas de natação dos clubes filiados na Associação de Natação de Coimbra e destinou-se, também, a proporcionar às crianças praticantes um primeiro contacto com a competição.


Mónica Sofia Lopes

(in Jornal da Mealhada, 6 de Junho de 2007)


À CONVERSA COM... RUI MARQUEIRO

Se Cabral for candidato estarei ao lado dele. Se, hipoteticamente, eu fosse candidato, sei que ele estaria a meu lado.

Rui Marqueiro foi presidente da Câmara Municipal da Mealhada durante uma década. Nas últimas eleições autárquicas, em Outubro de 2005, voltou a ser eleito, agora como presidente da mesa da Assembleia Municipal. Em Março de 2006 regressou aos cargos partidários, foi eleito presidente da comissão politica concelhia do Partido Socialista. Já anunciou que se recandidatará no próximo ano. Ao Jornal da Mealhada e ao Rádio Clube da Pampilhosa, no programa À conversa com..., falou da gestão municipal, das concordâncias e das discordâncias no seio do seu partido e da crise de 2001 com a cisão do Movimento Odete Isabel.

Qual é o balanço que faz do seu mandato na liderança no Partido Socialista da Mealhada?
É um balanço positivo. Temos procurado incrementar medidas que levem os militantes a aproximarem-se entre si e dos dirirgentes, e a procurar dinamizar actividades político-partidárias. O PS tem tido uma acção a meu ver de moderação, de expectativa face aos fenómenos político-sociais e, sempre que entendemos, fazemos chegar aos média as nossas posições. Sinto o Partido Socialista mais vivo, com mais capacidade de responder aos desafios, produzindo mais pessoas capazes de assegurar a direcção dos órgãos autárquicos. No fundo, o Partido Socialista a nível concelhio, e essa é nossa segunda grande preocupação, vem preparando quadros de qualidade mesmo para a representação distrital e, quem sabe, até mais.

Que acções têm realizado?
Para além das reuniões estatuárias da comissão política, temos procurado fazer reuniões nas freguesias. Já as fizemos na Antes, na Pampilhosa, com uma vertente de Convenção Autárquica, e em Casal Comba. No dia 26 de Maio, no Luso, continuámos os trabalhos da Convenção Autárquica. Temos reunido, discutido, temos aplainado algumas diferenças e, porventura, temos cavado outras.

A convenção autárquica realizou-se na altura em que completou o primeiro aniversário da sua eleição para a comissão política. Na altura disse-nos que o PS devia ter uma missão de formação dos seus quadros.
Eu penso que o PS tem essa missão mas também tem de promover a discussão, a troca de informações, a participação na imprensa nacional do partido, como no jornal Acção Socialista. Por outro lado, também alargámos o número de militantes do concelho a integrar os órgãos distritais do partido. Essa é a verdadeira formação política. É evidente que devemos ter conhecimentos teóricos mas a praxis política, essa é a grande conselheira, é equivalente à nossa vida, à nossa experiência. Portanto, o facto de discutirmos, de confrontarmos argumentos, é importante. Um dia em que num partido político não houver confronto, isso significa que o partido morreu! Os partidos políticos são tanto mais vivos quanto maior discussão há no seu seio, quanto maior é a possibilidade de confronto de ideias. Não me canso de dizer que, em determinados momentos, tive inveja da vivacidade do PSD, por exemplo, onde o combate de ideias, por vezes, assumiu proporções, talvez até exageradas.

Concorda que o concelho da Mealhada é, sociologicamente, socialista?
Se nós olharmos para todo o trajecto das eleições desde as primeiras eleições para a assembleia constituinte até hoje, verifica-se uma constância de vitórias do PS, tendo pelo meio algumas vitórias do Partido Social Democrata.

Nunca muito expressivas...
Algumas bastante expressivas. O PSD ganhou o PS, por duas vezes, a Câmara Municipal da Mealhada. Ganhou algumas juntas de fregeusia de maneira esmagadora. Como, por exemplo, a última vitória na freguesia da Mealhada. O PSD, com as maiorias absolutas de Cavaco Silva, ganhou algumas vezes eleições legislativas.

No concelho a esquerda apresenta-se normalmente com dois partidos ao passo que a direita só tem um...
Fazendo a tradicional divisão direita-esquerda temos quatro partidos tradicionais. No concelho, à esquerda do PS temos o PCP, nas suas coligações. E depois temos o Partido Social Democrata e o CDS, que aparece esporadicamente em eleições locais. Mas a verdade é que o CDS tem votos e um dia em que conseguir um candidato conhecido no concelho, em que consiga organizar listas, veremos que o partido alcançará umas centenas de votos. Eu fico a rezar para que isso aconteça. Não me levem a mal que diga isto aqui.

É um apelo?
Não é nenhum apelo para que os centristas se organizem, mas agora, com o Paulo Portas, vai haver um novo fluxo, suponho eu, um fluxo político no interior do CDS. Veremos se o CDS é capaz de se afirmar, ou não, num quadro municipal. Eu digo sinceramente, oxalá que sim. Porque neste momento o PSD nem precisa de fazer coligação. Normalmente, o que acontece é que se o CDS aparece com alguém que não se conhece, os votos dessa área política acabam por se precipitar na urna a favor do PSD.

Acha que na Assembleia Municipal fazia falta uma nova força política?
Eu acho que se tem juntado, à direita, aquilo que não se devia juntar. Para mim é absolutamente evidente que ser do CDS é muito diferente de ser do PSD. Enquanto que o CDS defende o conservadorismo, não há dúvida nenhuma que o PSD começa nos liberais e passa até aos social-democratas. Penso que estes ainda estão em maioria. Nós podemos verificar que o discurso de um CDS, do seu líder ou dos seus homens mais conhecidos, é um discurso muito centrado no indivíduo, na propriedade privada, no liberalismo económico. Enquanto que, no PSD, não é assim. Vemos gente que defende o papel do Estado, que acredita que o Estado deve controlar a procura, que deve intervir quando ela está débil, que deve abrandar quando ela se demonstra pujante, que defende políticas sociais. Claro que a direita tomou algumas destas bandeiras por necessidade de se aproximar do centro político. Mas a prática mostra que não é assim. Se olharmos para a acção política de alguns dos ministros do CDS, vemos que a vertente liberal do mercado e do capital finaceiro esteve sempre mais presente do que nos ministros PSD. Há diferenças e essas diferenças também deviam ter expressão no concelho.

Por que não têm?
Por incapacidade dos líderes locais, penso eu. Mas à esquerda também há um outro fenómeno político que, nas eleições legislativas, tem expressão no concelho. Estou a falar do Bloco de Esquerda (BE). Quando o BE aparece nas legislativas tem umas centenas de votos. São pessoas que, provavelmente, nas eleições autárquicas votam útil, porque não têm representação autêntica no espectro político concelhio. É sempre positivo que o eleitorado se sinta representado. Eu também já votei útil, mas sinto-me muito mais à vontade quando tenho posicionamento no espectro político.

Essa maior diversidade promoveria o debate?
Se fosse possível tornaria a Assembleia Municipal mais viva, mais dinâmica, mais participativa e alargaria o espectro de representação.

A Assembleia Municipal, nos últimos anos, perdeu o ritmo. Porquê?
Isso tem muito a ver com o papel que se quer da Assembleia Municipal. A Assembleia olha para o seu quadro legal e procura respeitá-lo, escrupulosamente, reunindo em Fevereiro, em Abril, em Junho, em Setembro e, depois, em Novembro ou Dezembro. Se necessário, e a pedido da Câmara, reúne extraordinariamente. O debate político na assembleia, não tem sido muito vivo, muito aceso, e nem sequer parece existir aquilo que deve ser a fiscalização da actividade camarária. A fiscalização da actividade camarária não é um fiscal que chega e pede uns papeizinhos e faz ali uma auditoria. O papel da assembleia relativamente ao executivo municipal é de avaliação genérica e não tem mais do que transmitir o pulsar político do concelho. A Assembleia tem tido um papel de apoio da parte do PS, e um papel de crítica mais ou menos sistemático por parte do PSD, com a CDU relativamente apagada, neste quadro. A actividade municipal é do conhecimento, sobretudo, dos membros da Câmara. E se os membros da Câmara não o quiserem incentivar esse espírito de combate político na assembleia desaparece.

Porquê?
Porque também se limitam ao mínimo. Se o presidente da Câmara e se os membros da Câmara quiserem suscitar o debate é relativamente fácil. Muitas vezes quando tinha que tomar uma decisão, tinha dúvidas. Vou dar um exemplo: quando a Junta Autónoma de Estradas propôs à Câmara o projecto daquelas rotundas todas, eu tive imensas dúvidas que aquilo pudesse ser bom. E suscitei a discussão, peguei naquilo e levei para a Assembleia Municipal, sujeito a todas as críticas e mais algumas, sujeito ao debate político e houve um debate intensíssimo. Recordo-me perfeitamente dessa assembleia com Jacinto Silva e com alguns membros do PSD. Trocámos ali opiniões, onde eu próprio, confesso, não tinha certezas nenhumas. E, se calhar, só começámos a ter certezas quando a Câmara deu luz verde para se fazer essa obra. Hoje não estou arrependido, mas podia estar se aquilo não tivesse funcionado.

A passividade da Assembleia Municipal poderá também ser responsabilidade da Câmara?
Isso tem tudo a ver com uma praxis política.

Por aquilo que tem observado, qual é que tem sido a prestação do PS na Câmara da Mealhada?
Eu acho que prestação do PS tem sido positiva. Eu só tenho relativo conhecimento dos dossiês, do plano de actividades, do orçamento, os grandes documentos que têm que ir à Assembelia Municipal. Da visão que tenho deles, eu acho que a Câmara deixou de inflacionar tanto os seus documentos, tornou-os mais aderentes à realidade. O orçamento deve ser um guia que não deve ser demasiado optimista. Acho que a Câmara, nesse aspecto, tem andado bem. Quanto ao conjunto das opções camarárias concordo, numa percentagem muito elevada, com o que tem sido apresentado à Assembleia Municipal.

Mas também tido discordâncias...
Quando se tratou deste problema todo à volta do Hospital da Misericórdia, eu disse que a Câmara Municipal poderia ter estudado a possibilidade de fazer do Hospital a âncora de uma eventual política pública municipal de saúde. Eu teria feito isso. Eu tenho a convicção de que aquilo era uma oportunidade. Como oportunidade, teria que ser estudada. Ver os custos financeiros, analisar a gestão do hospital, e a possibilidade de fazer uma parceria com a Misericórdia e uma negociação com o Ministério.

Daquilo que conhece do dossiê, essa poderia ser uma opção?
Poderia ser uma opção, sim, se fosse comportável em termos financeiros e se fosse melhor para os habitantes do concelho. Isso é o princípio de qualquer serviço que se quer aproximar do cidadão. E que os custos sejam comportáveis e a relação custo-benefício seja favorável. Quando disse que poderia, acho que a Câmara não fez esse esforço, entendeu que não devia fazer. Tem toda a legitimidade para isso. Eu disse isso e repeti-o na Assembleia Municipal, onde se falou desse problema, mas isso não leva a que eu não seja solidário com os membros da Câmara. Eu tenho uma posição que é a de cidadão empenhado presidente da Assembleia Municipal. Eu entendo que a Câmara tem legitimidade para fazer o que fez e eu não discuto.

Carlos Cabral é acusado de ser demasiado positivista, demasiado legalista. Houve da parte de Carlos Cabral, neste caso, uma atitude de mera observância dos preceitos legais?
Os preceitos legais não impediam a Câmara de apoiar o hospital. A questão é de opção política. Quem acompanha o plano e orçamento sabe que não havia dotação para isso, ou seja, no cálculo político da Câmara Municipal isso não se incluía nos seus objectivos a curto e a médio prazo. Só o futuro poderá dizer se foi uma boa ou má opção a decisão que a Câmara tomou. No futuro, a médio prazo, vamos ver qual é a evolução da política de saúde, vamos ver como é que a Misericórdia vai resolver o problema que tem. Eu acho que a Saúde vai ter desenvolvimentos muito grandes, porque se converteu num grande problema para o Estado. O Serviço Nacional de Saúde enfrenta, de facto, um enorme desafio e acho que talvez uma das respostas fosse chamar as comunidades locais às suas responsabilidades.

A oposição acusa os dirigentes socialistas de falta de ambição. Sendo presidente da comissão política do PS o que tem a dizer acerca disto?


Eu penso que a oposição na Câmara e o próprio poder têm exagerado no seu confronto. Têm esticado de mais a corda e têm entrado em questões mais do foro pessoal do que propriamente político. No entanto, a qualidade da oposição melhorou. Tem mais garra, é mais actuante. Penso que a maioria tem dado provas de unidade, de estabilidade. Quanto à ambição, ela é desmedida, podemos ter sempre aquilo que desejamos e ainda querermos sempre mais. A Câmara, pelas contas, tem tido uma postura de moderação. Julgo eu procurando preparar o background financeiro e de recursos humanos. Se o presidente e os vereadores, que estão dentro dos dossiês, entendem que é necessário ter uma situação mais estável do ponto de vista financeiro, poupando recursos durante os três últimos anos para depois conseguir fundos comunitários, então talvez seja uma boa lógica. Desde que o montante dos fundos comunitários, a quantidade de projectos que a Câmara consegue ver financiada, o justifique. Vamos aguardar, atentos, e não vamos criticar.


Acha que os projectos que a Câmara tem definidos são os mais necessários?


O Plano Director Municipal que terminou em 1994, definiu o turismo e os serviços como pólos fundamentais de desnvolvimento do concelho da Mealhada. Apostou nos serviços e fez também uma aposta em alguma industrialização. É indiscutível que o entroncamento ferroviário mais importante é a Pampilhosa. Cheguei a fazer vários contactos com o presidente da administração da REFER, na altura CP, Crisóstomo Teixeira, sobre a ideia de criar uma plataforma logística. E essa ideia foi-nos sendo validada. O que é uma plataforma logística? É algo de que se servem as empresas para o armazenamento de mercadorias para o acabamento final na carga contentorizada. Isto é fundamental. Por outro lado, é indubitável que o concelho da Mealhada tem uma propensão muito grande para o turismo. Nós queríamos acompanhar, desenvolver e incrementar infra-estuturas que pudessem servir o turismo. Assim se fez: a recuperação do lago do Luso, o parque de campismo, o centro de estágios e os pavilhões. Eu sempre achei que pavilhão do Luso se destinaria, especialmente, à competição e a verdade é que o tempo veio a dar-me razão. Hoje, não há hoteleiro nenhum, no concelho, que possa dizer que estas infra-estruturas não influenciaram já o seu negócio.


No Luso há também o termalismo...


O termalismo clássico tem muitas dificuldades, mas continua a chamar uns milhares pessoas. Isto se as termas forem bem geridas e tiverem qualidade. A ele devemos associar o turismo de lazer, de bem-estar, e ainda a perspectiva que surgiu há relativamente pouco tempo que é a de aproveitar a possibilidade de ter ali um complexo turístico termal associado a outras valências ligadas à saúde e ao bem-estar. É isso que a Universidade de Coimbra está a desenvolver com o protocolo que executivo municipal assinou. Nada disto é para amanhã. Mas eu penso que a câmara interpretou bem o Plano Director Municipal que tinha as condições de desenvolvimento económico que o concelho permitia e procura potenciar essas vertentes do desenvolvimento.


E tem aplicado bem o dinheiro?


Tem aplicado o dinheiro que a actividade tem posto à sua disposição. Com uma ressalva, que disse e mantenho: de facto, nos últimos dois anos, a Câmara não tem esgotado todo o plafond das suas receitas. Tem procurado poupar. Eu não teria feito isso, não teria sido conservador nessa matéria. Teria sido um pouco mais ousado. Mas é preciso esclarecer que, de certo modo, a Assembleia Municipal tem ajudado a Câmara Municipal nessa medida. Uma vez que, ao permitir à Câmara que fixasse uma valorização da zona industrial, ajudou bastante. Fez com que esses excedentes pudessem ser possíveis. A Câmara Municipal consegue na zona industrial da Pedrulha um boa fonte de financiamento da sua actividade. Coisa que não aconteceu com a zona industrial de Viadores. Aí os terrenos foram comprados e vendidos praticamente ao preço de custo.


Existem dissidências dentro do Partido Socialista?


Não. Há opiniões diversas: por exemplo, agora há dias, li e ouvi uma entrevista da senhora vice-presidente, Filomena Pinheiro, em que ela abordava a problemática da fiscalidade municipal e dizia que estariam a estudar a descida do IMI. Houve quem viesse logo dizer: "Pois, são anos de eleições". Vamos ser correctos com este problema. A Câmara Municipal, seguindo os conselhos da Associação Nacional de Municípios, fixou as taxas no mais alto nível possível. Verificou, depois, que a receita começou a descolar em valores inferiores aos impostos antigos. Os políticos pagam os custos de terem os impostos mais altos e a Câmara pagou-os conscienetemente. Estamos agora numa altura em que parece evidente que os impostos antigos estão a ser ultrapassados pela receita dos impostos novos e, na última reunião da Assembleia Municipal, onde se abordou esta problemática, o Partido Socialista, pela boca de Júlio Penetra, disse que, a continuar a manter-se este ritmo, o PS se comprometia a estudar uma redução das taxas para, evidentemente, dar resposta ao sentimento dos munícipes que deveriam pagar um pouco menos de IMI. Esse é o assunto que vai ser discutido este ano, quando a Câmara discutir a fixação das taxas.


Mas em relação a fricções do PS, elas são visíveis, nomeadamente da parte de antigos vereadores.


Está a falar de Ferraz da Silva?


Por exemplo.


Ferraz da Silva foi escolhido por mim para a equipa de vereação. Eu tenho muita consideração por Ferraz da Silva. É um homem que escreve bem, trabalhou o melhor que pôde e soube na Câmara. Eu valorizei sempre o trabalho dele no município. Portanto, não vejo nenhuma razão para Ferraz da Silva ter as posições que ultimamente assume. Eu não quero ser crítico ao ponto de dizer que ele faz isto por lhe ter sido negada a possibilidade de estar na lista do PS. Eu faço justiça de não pensar isso dele. Mas tenho visto algumas críticas de Ferraz da Silva com erros objectivos que o colocam de certa maneira mal. Ferraz da Silva, neste momento, autocritica-se porque se refere a situações passadas nas quais ele assumiu responsabilidades. Parece um exercício de auto-flagelação.


Os militantes que foram expulsos do partido depois da dissidência de 2001 já foram readmitidos no partido?


Não. A respeito da situação deles já houve um princípio de discussão no quadro da comissão política concelhia e foi considerado que alguns desses antigos militantes se têm aproximado do partido. Nós temos visto isso com gosto. Naquele combate, em 2001, houve vários agravos pessoais, alguns deles contra mim próprio e contra Carlos Cabral, que chegou a ser ameaçado de morte, através de cartas. Estou a dizer isto pela primeira vez. Se calhar nem ele sabe disso, mas a verdade é que um dia quando me dirigi à Câmara Municipal, as funcionárias do secretariado estavam apavoradas porque tinham aberto as cartas e estavam lá ameaças de morte. Houve terrorismo político, nessa altura. A exaltação chegou a toda a gente e vamos procurar esquecer isso. Penso que está aberta a porta para alguns desses militantes regressarem. Vamos com algumas cautelas. Esses militantes, se quiserem, poderão, dentro de algum tempo, aparecer porque continuam socialistas de coração.


Estamos a dois anos e meio das autárquicas. O presidente da comissão política será o candidato natural a cabeça-de-lista nas eleições para a Câmara?


Não. O presidente da comissão política concelhia do PS já, por várias vezes, não foi candidato à Câmara. No caso presente, eu acho que é ser deselegante para o actual presidente estarmos a discutir isso. Entendo, porém, que devo voltar a candidatar-me a presidente da concelhia porque está a ser um exercício interessante. Este trabalho que tenho feito tem-me aproximado mais às bases do PS. Tem sido gratificante.


E dessa aproximação poderá surgir a sua candidatura à Câmara?


Carlos Cabral abandonou a comissão política, por motivos que só ele conhece. O número dois era o Jorge Carvalho, que assumiu com espírito de sacrifício a sua presidência e que, ao terminar o seu mandato, disse que achava que eu poderia, face ao meu passado, à minha experiência política, candidatar-me. Eu não vi inconveniente nenhum e avancei. Para quem possa pensar que eu pretendo com isto regressar à política activa local, importa dizer que eu não precisava de ser presidente da comissão política para o fazer. Se eu entendesse que devia apresentar uma candidatura, eu fá-lo-ia.


É hipótese ser novamente candidato à Câmara?


Em política não se deve dizer nunca. Acho que o PS, neste momento, está muito bem. Tem um conjunto grande de possíveis candidatos: tem o actual presidente, a senhora vice-presidente, tem António Jorge Franco, que é vereador, é um jovem e que podia ser bom presidente, tem José Calhoa, que é um homem já com experiência autárquica, antigo presidente da Junta de Freguesia, mas tem também a engenheira Arminda Martins, que está na Assembleia Municipal, Júlio Penetra, que tem capacidade, intelecto e capacidade de liderança, José Miguel Felgueiras, que já é director de departamento na Câmara, onde trabalha, com conhecimentos aprofundados em matéria autárquica, tem muitos militantes na JS. Portanto, o PS tem uma quantidade de quadros que poderão assegurar bons executivos no futuro.


Acha que, em 2009, pode dar-se o caso de termos um novo conflito entre marqueiristas e cabralistas?


Não. Carlos Cabral contou sempre com o meu apoio nas eleições. Candidatou-se em 2001 e teve o meu apoio e de que maneira! Eu fui candidato à Assembleia Municipal. Candidatou-se em 2005 e eu voltei a estar ao lado dele. Fiz campanha nas ruas, fiz tudo o que podia para o PS ser o vencedor. Um cenário de conflito não vai voltar a acontecer. Primeiro porque se ele for candidato, estarei ao lado dele. Se, hipoteticamente, eu fosse candidato, sei que ele estaria ao meu lado.


Mas, na escala de preferências, releva a eventual vontade do actual presidente em continuar?


Eu não sei em que posição vai chegar o actual executivo a seis meses das eleições. Imagine que fazemos uma sondagem e o resultado é negativo. Carlos Cabral foi candidato em 2001 porque tinha as melhores sondagens. Fez-se uma sondagem, foi ponderada a candidatura dele e a de Odete Isabel. Se calhar também não se sabe isso. Foi feita uma sondagem, com cerca de mil e quinhentas chamadas telefónicas. Carlos Cabral ganhou essa sondagem, com vantagem, sobre Odete Isabel. E vou dizer, pela primeira vez em público, que, se Odete Isabel fosse candidata pelo PS, também teria ganhado as eleições. Em 2005, Carlos Cabral voltou a ser candidato e teve uma boa sondagem, apesar de não se perspectivar, de maneira nenhuma, a derrota na freguesia da Mealhada.


A poucos meses vai decidir-se então qual dos dois se vai candidatar?


Com certeza. Porque há uma coisa que é evidente: se a comissão política escolher Carlos Cabral, não tenha dúvidas, só há duas opções para os socialistas: ou apoiam ou saem. A nossa obrigação é estar junto ao militante que a maioria dos outros militantes do PS vai escolher. Se houver dúvidas quanto isso, poderemos repetir a velha técnica que usámos em 2001. Fez-se um referendo e Cabral ganhou sem dúvida nenhuma. Ninguém fez batotas. Foi fiscalizado pelos órgãos nacionais do partido. A camarada Odete Isabel que me desculpe, mas ele ganhou e não é, como já ouvi dizer, nenhum usurpador!