Universia

domingo, agosto 05, 2007


Associação de Carnaval da Bairrada não organiza edição em 2008


Três escolas garantem que vão desfilar... nem que seja de tanga


A Assembleia-geral da Associação de Carnaval da Bairrada (ACB) deliberou no noite de 5 de Julho, por esmagadora maioria, que a direcção da ACB não vai organizar o Carnaval da Bairrada de 2008, ano em que o evento teria a sua trigésima edição consecutiva depois das cinco primeiras edições, de 1971 a 1975. A direcção e assembleia-geral da ACB acusam a Câmara Municipal da Mealhada de desprezo e falta de apoio financeiro para a organização do evento que, segundo dizem, é o mais importante do concelho. Apesar disso o Carnaval poderá não estar em risco. O GRES Batuque sugeriu uma espécie de desfile de protesto e mais duas escolas, GRES Real Imperatriz e E.S. Juventude de Paquetá, apoiaram a ideia.


Carnaval na reunião da

Câmara Municipal


A direcção, liderada por Álvaro Miranda, participou, durante a tarde, na reunião pública da Câmara Municipal da Mealhada em que foi analisado o pedido da ACB de meios financeiros e logísticos para o Carnaval de 2008 e para colmatar o prejuízo do evento do ano passado, de 25 mil euros. Na reunião Carlos Cabral, presidente da Câmara Municipal confirmou que só poucos dias antes havia informado os restantes vereadores do projecto para o Carnaval de 2008 que a direcção da ACB lhe havia enviado em 9 de Maio. "A Câmara dá à ACB mais do que dá aos Bombeiros. Os Bombeiros sabem pedir. Não se podem esquecer que a Câmara tem de gerir dinheiros públicos e é de mais exigir que a Câmara entregue à ACB 145 mil euros para fazer um Carnaval em que que querem trazer três reis brasileiros", declarou o presidente da Câmara referindo-se ao teor do projecto para o Carnaval de 2008.

Álvaro Miranda afirmou: "Esse projecto era apenas uma base de negociação, e merecia uma resposta, nem que fosse para o presidente nos dizer que é absurdo. O Carnaval sem o apoio financeiro da Câmara é impossível, mas a nossa exigência era tempo".

"A Câmara anda a atafegar a direcção da ACB. No ano passado tiraram-nos o circo, este ano não nos respondem", declarou Carlos Pinheiros, vice-presidente da direcção da ACB. "Como é que podem dizer isso se a Câmara foi, é e será o principal financiador do Carnaval?", retorquiu Carlos Cabral.

Gonçalo Breda Marques, do PSD; disse "É infeliz que só hoje estejamos a discutir este protocolo". O seu colega de partido, Carlos Marques, afirmou: "Preocupa-nos imenso que os dirigentes associativos sintam que a Câmara faz represálias". "Deve ser a Câmara a liderar a organização do Carnaval. A feira de Artesanato é pouco para este concelho", declarou João Pires, vereador do PSD.

"O Carnaval tem de ser levado a sério. Nunca o Carnaval chegou a este ponto e tratar estas coisas na praça pública. A maneira como trataram isto é escandalosa", afirmou Filomena Pinheiro, vice-presidente da Câmara.

Carlos Cabral respondeu a Álvaro Miranda que a autarquia apoiaria logisticamente e que, em termos financeiros, contribuiria com pelo menos 75 mil euros. "Não entraremos em loucuras nem vamos brincar com os impostos dos munícipes", declarou Carlos Cabral. Álvaro Miranda abandonou a reunião antes do final e, horas depois, perante a assembleia-geral, garantiu que não havia condições para organizar a edição do Carnaval da Bairrada de 2008: "Não temos da parte da Câmara qualquer documento que diga claramente que nos vai apoiar seja com que dinheiro for".