Universia

domingo, agosto 05, 2007

O que dizem as escolas de samba...

Anabela Maia,
ESCOLA DE SAMBA JUVENTUDE DE PAQUETÁ

"Os elementos da nossa escola desfilam na mesma, quer a ACB realize Carnaval, quer não. Os membros da escola ensaiam o ano inteiro e quando chega a altura do Carnaval querem é sair para a rua. Ainda temos muitos fatos antigos que podem sair para desfilar, como se pôde ver na exposição que fizemos há pouco tempo na nossa sede".

Fátima Lopes,
GRES REAL IMPERATRIZ

"Nós vamos fazer Carnaval, vamos estar na Mealhada nos dois dias de cortejo, mesmo que a ACB não organize este evento".

Filipe Figueiredo,
ESCOLA SAMBA NO PÉ

"Se não for a ACB a organizar este evento, a nossa escola não desfila na Mealhada. Para isso, fazemos a festa na terra em que a escola nasceu, em Sepins".

Henrique Salvador,
GRUPO DE SAMBA SÓCIOS DA MANGUEIRA

"Ainda não houve uma reunião na escola, por isso não posso dizer nada. O Carnaval vem longe. Se começarmos a trabalhar em Setembro, ainda vamos a tempo. Para já, vamos esperar e decidir alguma coisa, posteriormente".

Hugo Idalécio,
GRES AMIGOS DA TIJUCA,

"Ainda não reunimos e por isso não posso dizer nada acerca desse assunto. Só depois do Festival de Samba, em Setembro, é que vamos reunir e decidir o que fazer. Se desfilarmos no Carnaval da Mealhada o tema já está decidido, caso contrário, depois decidimos".

GRES Batuque

Do GRES Batuque recebemos o seguinte:

A decisão da direcção executiva da Associação de Carnaval da Bairrada (ACB) de não realizar os festejos de Carnaval de 2008 foi acertada. Condenamos, obviamente, a indiferença demonstrada pela Câmara Municipal da Mealhada (CMM) manifestada pela falta de compromissos escritos, em tempo útil, e que face ao empenho do elenco executivo da ACB foi humilhante para uma das Associações que realiza o evento que mais projecção dá ao concelho da Mealhada. Porém, as opções políticas são da responsabilidade da CMM e devemos respeitá-las. Aguardemos, pois, que o executivo camarário se afunde na sua falta de visão estratégica e que seja penalizado pela população do concelho por esta má decisão.
Quanto a nós, sambistas e foliões, resta-nos agradecer à direcção executiva da ACB terem lutado até ao limite da sua honra e possibilidades pela estratégia de melhoria contínua da qualidade de um dos Carnavais mais importantes do país e que tanta projecção dá ao concelho da Mealhada. Contudo, julgamos ser o momento para dizer basta e cumprirmos a nossa missão.
Na Assembleia Geral que ratificou a decisão da direcção da ACB, o GRES Batuque, para além de se solidarizar com a direcção executiva da ACB, afirmou peremptoriamente que irá desfilar na Mealhada nos dias de Carnaval de 2008. Mas que fique bem claro: não nos propusemos, directa ou indirectamente, a organizar o Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada!
Para nós há duas formas de fazer Carnaval: uma em que nos divertimos imenso, durante quase todo o ano, a construir o enredo de cada desfile, produzi-lo e a executá-lo dignamente nos dois dias de Carnaval, contribuindo para a projecção do nosso concelho a nível nacional e mesmo internacional; outra em que nos divertimos imenso, durante quase todo o ano, a construir o enredo de cada desfile, produzi-lo e a executá-lo dignamente nos dois dias de Carnaval. Não! O texto não não está repetido! A diferença entre uma e outra forma de fazer Carnaval é o investimento da CMM (ou falta dele!) num evento que promove, indiscutivelmente, o Concelho da Mealhada.
O GRES Batuque propôs aos diversos grupos e associações ligados ao Carnaval desfilar com um tema único: "Os 30 anos do Carnaval da Mealhada". Seria uma oportunidade excelente para consolidarmos a história do evento e que, num ano de ZERO ajuda da CMM, só será exequível recorrendo ao material que ainda nos resta nos armazéns da ACB (fruto desses 30 anos de história). As escolas de samba poderiam construir os seus enredos utilizando as fantasias de outros Carnavais e voltar 30 anos atrás (infelizmente por necessidade!) solicitando aos seus elementos que tragam de casa as suas fantasias. Bem sabemos que os referidos bens estão degradados porque chove nas instalações, que lhe faltam plumas e outros adereços porque têm sido exaustivamente reaproveitados de ano para ano, que não estão as séries completas porque pontualmente são vendidos pela ACB para gerar receitas extraordinárias. Bem sabemos que será um Carnaval que, a existir, não terá, a espectacularidade a que o país se habituou e espera assistir na Mealhada. Bem sabemos que os milhares de visitantes que ocorrerão ao nosso concelho sairão de cá defraudados, não connosco os foliões, mas com a oferta turística e cultural do concelho.
Estamos certos que a magia e criatividade dos que vivem o Carnaval podem superar estas dificuldades! Para isso basta o mínimo entendimento entre aqueles que realmente gostam e querem fazer Carnaval na Mealhada.

(in Jornal da Mealhada, 11 de Julho de 2007)