"Não aceitamos ser utilizados como arma de arremesso político", afirma o presidente da ACIM
Carlos Pinheiro é presidente da Associação Comercial e Industrial da Mealhada (ACIM). Esteve sempre ligado à área do associativismo e foi autarca desde 1979, durante vinte e um anos, tendo sido o mais jovem presidente de uma Junta de Freguesia do concelho da Mealhada, a da Vacariça. Foi também vereador da Câmra Municipal e membro da Assembleia Municipal, da Mealhada.
João Santos, do Rádio Clube da Pampilhosa (RCPfm), e Nuno Castela Canilho, do Jornal da Mealhada, falaram com Carlos Pinheiro sobre a actividade da ACIM aos microfones da referida estação de rádio.
Começou no dia 2 de Março um curso de electricistas de instalação para quinze desempregados, promovido pela ACIM. Não tendo sido a primeira destas acções de formação para desempregados, qual tem sido o nível de adesão?
Efectivamente, começou recentemente um curso de electricistas de instalação que está, neste momento, a decorrer nos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa. Foi um daqueles a que nos candidatámos e dos que achámos interessantes e de interesse para o nosso tecido empresarial. Há já, inclusivamente, bastantes pessoas interessadas em acolher alguns dos formandos. Os formandos, para além do diploma do curso, obtêm um certificado de equivalência ao nono ano de escolaridade. Eu vou aqui dizer a mesma coisa que lhes digo a eles: Nós, quando estudantes, pagámos para estudar, mas eles estão a ser remunerados para estudar. Po isso têm que aplicar ao curso todo o seu empenho e o seu saber para aproveitar os ensinamentos dos formadores - que são da maior qualidade - e para, em conjunto com eles, obterem o mais elevado nível possível de formação. É o que lhes vamos pedindo, sempre.
Trata-se de um curso apoiado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, não é assim?
Exactamente. É um curso apoiado pelo Instituto de Emprego, em que os formandos têm treze meses de formação. Inicialmente, tiveram uma fase de avaliação de competências a que se seguiu o reforço de conhecimentos nas áreas em que cada um sentia mais dificuldades. Depois, no dia 2 de Março, entraram na área, propriamente dita, do curso, que tem uma componente prática e uma componente teórica. Os formandos recebem o equivalente ao salário mínimo nacional e subsídio de alimentação. Aqueles que preenchem os requisitos têm também o direito a um subsídio de transporte. E alguns, ainda, recebem apoio para que os filhos, consoante os casos, frequentem jardins-de-infância, escolas e ATL locais.
Estavam todos desempregados?
Os cursos deste tipo destinam-se, apenas a desempregados de longa duração.
O objectivo principal será a inserção na vida activa...
Sim, é esse o objectivo. Todos estavam desempregados, apesar de alguns já terem conhecimentos nesta área. Há formandos que estão a ver no curso um meio de virem a ter uma nova profissão. Há mesmo dois casos, de duas senhoras, em que, sendo os maridos electricistas, elas se preparam para colaborar com eles no exercício da profissão. Há outros que querem agarrar a ocasião para dar a volta à sua vida. Estão desempregados há algum tempo, não têm tido oportunidades de emprego e pensam que aqui estará a oportunidade de mudar de vida. E é isso que nós pretendemos.
Estava previsto realizar-se este curso nas instalações dos Bombeiros Voluntários da Mealhada. Neste momento, está a realizar-se na Pampilhosa. Há alguma razão em especial para que isso aconteça?
Nós vínhamos realizando todos os cursos nas instalações dos Bombeiros Voluntários da Mealhada. Como sabem, todos os cursos têm várias componentes - os formandos, os formadores, e o aluguer de salas -, e vínhamos estabelecendo com os Bombeiros da Mealhada determinado valor para ocupação das várias salas. Nós chegámos e utilizar todas as salas dos Bombeiros da Mealhada com formação pós-laboral, que é aquela que decorre a partir das 19 horas, e com formação para desempregados, que é o caso deste curso e de um outro que demos o ano passado, o de desenhadores projectistas de AutoCad. Entretanto a direcção recentemente eleita dos Bombeiros entendeu que o preço da utilização das salas seria baixo e propôs-nos outro valor.
Nós já tinhamos acertado com a direcção anterior um aumento no preço por hora, que rondava, mais ou menos, os treze por cento. Já estava definido, tínhamos um documento da direcção e, aliás, chegámos a iniciar lá este curso. Esta direcção entendeu que o aumento de treze por cento era insuficiente. Com a verba que nos foi contraposta, passaríamos dos cinco mil e seiscentos e tal euros que estávamos dispostos a pagar, para catorze mil seiscentos e tal euros, só por este curso. Não haveria possibilidade nenhuma de realizar o curso, desta forma. E, então, tentámos resolver o problema e optámos por recorrer aos Bombeiros da Pampilhosa. Este curso é realizado em parceria com uma entidade formadora, que é uma empresa de Anadia, e esta chegou a oferecer-nos a cedência gratuita de um espaço, em Anadia, para o funcionamento do curso. No entanto, nós não tínhamos interesse nisso.
Como reagiram os formandos a essa transferência? Terá havido desistências por causa disso?
Não, o grupo manteve-se estável. Conversámos com todos. A maioria é da Mealhada, mas pareceu-nos que todos entenderam perfeitamente a situação e não houve problema. Há uma formanda, por exemplo, que vem de Oiã e, em vez de descer na Mealhada, desce na Pampilhosa. E alguns formandos da Pampilhosa ficam mais perto do local das aulas. A mudança foi aceite com toda a naturalidade.
Penso que este é o segundo curso do género organizado pela ACIM. Está mais algum projecto em cima da mesa, para já?
Sim, nós temos muitos projectos em cima da mesa. Já fizemos muito, queremos fazer ainda mais e alguns projectos passam, inclusivamente, pela Câmara Municipal. Achamos que a Mealhada é um concelho muito bem localizado, eu diria mesmo excelente a nível de localização, ou seja, tem todas as condições para poder instalar aqui se quisermos, alguns pólos ligados a estágios pós-licenciatura, à investigação, a muitas áreas, porque, realmente, estamos perto de duas excelentes universidades públicas, de Aveiro e de Coimbra. Também estamos relativamente perto da Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Estamos, ainda, relativamente perto do Porto e perto de Lisboa, tendo em atenção as excelentes vias de comunicação que nos ligam a essas cidades. Temos um novo parque industrial, o da Pedrulha, e é altura de começarmos a investir em empresas ligadas às novas tecnologias, que têm tudo a ver connosco. Não nos podemos esquecer que Aveiro é um pólo muito importante de desenvolvimento ligado às novas tecnologias. Porque as universidades têm cada vez menos espaços de trabalho para dar aos alunos na situação de pós-licenciatura e cabe aos concelhos começar a disputar isto. Temos tido algumas conversas com a Câmara nesse sentido e penso que ela está também empenhada em aproveitar essa oportunidade.
A Câmara tem sido, então, sensível a essa visão.
Gostaríamos que fosse mais. Às empresas cabe gerar negócios e criar riqueza. Às Câmaras Municipais cabe gerir os municípios. Irá sempre haver, no entanto, menor consonância, digamos assim, nalguns temas, por uma razão muito simples: as empresas, muitas vezes, têm que pensar de manhã e agir à tarde. Sabemos que a máquina da administração pública, infelizmente, não funciona assim e, por vezes, quando responde a um desafio, a resposta já não faz sentido porque o problema já está ultrapassado. É na agilidade dos processos, na rapidez de responder aquilo que são desafios, que reside a diferença. Entre termos ou não investimento, entre sermos rentáveis ou não o sermos, e entre sermos capazes de gerar mais ou menos riqueza, reside o grande desafio que se está a colocar, cada vez mais, aos municípios. E tem mesmo de ser assim.
A Câmara da Mealhada terá muito caminho a percorrer nesse sentido?
Politicamente, não quero entrar por essa via. A nós, empresários, cabe-nos fazer julgamento empresarial. Cabe aos políticos fazer o julgamento político, apesar de não haver nenhuma Câmara no país que não tenha, sempre, alguma coisa a mudar, assim como qualquer empresa. Gostaríamos, porém, que as mudanças fossem mais rápidas. É isso que pretendem as empresas.
Tem havido críticas à ACIM pelo facto de promover formação em áreas onde já existem outras instituições a fazê-lo. Tem promovido formação, por exemplo, na área de desenhador projectista e de electricidade, e a Escola Profissional também trabalha nesses sectores. Como é que entende estas críticas?
Parte da formação que fazemos é pós-laboral. Tem a ver com um leque bastante alargado de cursos que nos são propostos. Nós procuramos concorrer aos que achamos mais interessantes, que nos parecem mais necessários para esta zona. Nem sempre conseguimos que nos sejam concedidos, assim como não o conseguem outras associações. E o curso de desenhador projectista de AutoCad, destina-se a desempregados. Trata-se de um curso que tem dois objectivos: criar um desenhador projectista e dar equivalência ao nono ano de escolaridade. É evidente que não vamos conseguir um desenhador projectista da mesma qualidade de um que ande três anos na Escola Profissional, nem é esse o objectivo. Os cursos que têm estado a nosso cargo são estabelecidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional através do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. São eles que traçam o perfil destes cursos, não é a ACIM. Como não é à ACIM que cabe estabelecer políticas de formação profissional a qualquer nível. Se houver alguma coisa a reclamar terão de ser dois ministérios a responder às reclamações, o da Educação e o do Trabalho e da Solidariedade Social. Neste curso de electricistas, por exemplo, deposito muitas expectativas porque continuamos a ter bastantes lacunas em electricistas, como também as temos quer em canalizadores, quer em serralheiros, quer em profissionais ligados à área do frio.
Além de proporcionar formação profissional, a ACIM tem, na sua sede, um gabinete de apoio aos desempregados, a cargo de um técnico do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
É verdade. Pela primeira vez no concelho da Mealhada existe um gabinete aonde se podem dirigir as pessoas que tiverem assuntos a tratar com o Instituto de Emprego e Formação Profissional. Para validação da situação de desempregado, que deve ser feita de quinze em quinze dias, e para inscrição no Instituto de Emprego, os interessados não precisam de se deslocar a Coimbra. De quinze em quinze dias está em serviço na nossa sede um técnico para dar apoio àqueles que procuram emprego ou precisam de tratar de qualquer assunto ligado a áreas que dizem respeito ao Instituto de Emprego. Se a procura o justificar esse técnico passará a vir todas as semanas. Os resultados deste apoio têm ultrapassado, largamente, as nossas expectativas.
Paralelamente a isso também referia a nossa unidade UNIVA, que é uma unidade de inserção na vida activa. A respeito disso posso dizer que, durante o ano de 2006, nós crescemos, em termos de empregabilidade, qualquer coisa como sessenta e três por cento.
Mas pode explicar-nos como é que a UNIVA funciona?
Repito, é uma unidade para a inserção na vida activa. Nós temos, em permanência, uma bolsa de oferta de emprego e de pedidos de emprego. Os interessados, trabalhadores e empresas, vão à ACIM, inscrevem-se e nós procuramos satisfazer os pedidos que nos são dirigidos. Temos colocado, em postos de trabalho, muitas pessoas. Por vezes, porém, não dispomos de trabalhadores suficientes para corresponder às solicitações.
Há mais oferta do que procura?
Em certas situações há. Por exemplo, neste momento, no nosso concelho a restauração é uma área de actividade que está sempre a pedir pessoas para trabalhar e continua com dificuldade de encontrar pessoas que queiram trabalhar nesse ramo de actividade.
O concurso de montras arrastou-se por largos meses e foi mesmo alvo de alguma polémica. No final de todo este concurso, depois dos prémios terem sido entregues que balanço é que faz desta primeira iniciativa?
O concurso fez parte de uma candidatura na área da promoção e modernização do comércio local que apresentámos para o Luso e para a Mealhada. Organizámos o concurso em parceria com o jornal Mealhada Moderna. Numa primeira fase houve alguma resistência, alguma desconfiança das pessoas. Estava para ser realizado no fim do ano, mas só havia quatro inscritos. Achamos que não era muito dignificante fazer um concurso só com quatro montras. Apesar da forte insistência que tivemos. Decidimos não fazer e logo apareceram os de sempre, que se apressam a criticar e dizem que tudo está mal. Um dia mais tarde, eu e o presidente da Junta de Freguesia da Mealhada fomos para a rua e numa tarde arranjámos vinte montras. Tivemos um júri que teceu os maiores elogios e este concurso.
Eu desde que sou presidente da ACIM mudei o modo, os meus hábitos de consumo e hoje sou muito mais consumidor no pequeno comércio do que o que era. E em boa altura o fiz porque. O pequeno comércio continua a ser muito importante, há mais proximidade, conhecemos as pessoas. No pronto-a-vestir, por exemplo, é fácil pegar numa peça e experimentar em casa. No grande comércio não fazemos isso.
Nota-se que o comércio tradicional tem condições para fazer voltar os clientes?
Eu penso que o comércio tradicional passa mais tempo a queixar-se do que a explorar as potencialidades que tem em si. No concurso de montras vi montras lindíssimas, espectaculares, resultado não só do empenhamento dos comerciantes, mas também dos conhecimentos e das qualidades que possuem. Há que pôr essas qualidades ao serviço deles próprios, estimulando, por sua vez, os consumidores a fazerem as suas compras nos estabelecimentos do comércio tradicional.
As acções do programa de promoção e modernização do comércio implementadas pela ACIM têm produzido resultados satisfatórios?
Eu acho que sim. No mínimo mexe, estimula, divulga, e há uma coisa importante, é que vem demonstrar a alguns comerciantes que são capazes, quando nem eles próprios acreditavam nisso. E se, no caso das montras, foram capazes de fazer coisas tão engraçadas, tão atraentes, partindo do nada, com um bocadinho mais de experiência, mais irão fazer. Vamos organizar, também duas feiras de reduções, uma no Luso e outra na Mealhada. É preciso que se entenda, no entanto, que esta realização não se destina só aos comerciantes do Luso e da Mealhada. Podem participar comerciantes de qualquer parte do concelho.
No final do mês de Fevereiro, o pedido de instalação, na Mealhada, de mais uma grande superfície comercial foi apreciado pela Comissão Municipal de Economia na qual a ACIM tem representação. O pedido foi aprovado pela comissão mas com o voto contra da ACIM, que já tinha tomado idêntica atitude há um ano. A ACIM está isolada, neste caso?
A associação não se considera isolada. Antes da reunião da Comissão Municipal, a direcção da ACIM reuniu e a deliberação sobre o sentido de voto foi unânime. A ACIM votaria contra. Nós entendemos que os estabelecimentos comerciais de média e grande dimensão, na Mealhada, trazem mais desvantagens do que vantagens. Essas empresas nem sequer pagam impostos na Mealhada. Da Comissão Municipal de Economia fazem parte os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, o presidente da ACIM, o director regional da Economia e um representante dos consumidores. Estes dois últimos não são da Mealhada e, portanto, isto não lhes diz nada. Nós somos uma associação empresarial da Mealhada e entendemos que o pequeno comércio e o concelho perdem mais do que ganham com a instalação dessas superfícies comerciais.
E a perspectiva do consumidor?
Não me cabe a mim julgar. Mas se o representante dos consumidores votou a favor é porque entende que o consumidor ganha com isso.
Há cerca de um ano essa comissão colocou um conjunto de condições a uma empresa que pretendia instalar-se no concelho. Foi tomada iniciativa idêntica em relação e esta?
Creio que não. Mesmo com esse conjunto de condições, a ACIM, nessa altura, votou contra.
Quem vai organizar a terceira Expo Mealhada?
A ACIM tem que ser mais respeitada porque já conseguiu muita coisa para o concelho e está envolvida em muito mais coisas que pretende conseguir. Não aceitamos ser utilizados como arma de arremesso político. Não vale a pena usarem o nome da ACIM para lutas políticas. A única coisa que queremos dos políticos é que apliquem bem o resultado dos impostos que geramos e que pagamos. Isso temos o direito de pedir e nunca iremos descurar essa nossa vertente. Fui vinte e um anos autarca, se quisesse continuar a ser autarca teria continuado a ser autarca teria continuado a ser, continuaria a ter alguma intervenção política, mas não foi esse o caminho que segui.
Resume-se tudo a uma questão política?
Também. Por outro lado, tem para nós uma vertente muito interessante e positiva. É que se a Expo Mealhada não se tivesse realizado com sucesso, hoje ninguém falaria nisso nem suscitava a preocupação que tem causado. É bom dizer-se que a Expo Mealhada teve um cunho muito forte da ACIM e da Câmara. Mas é preciso, neste momento, que o poder político defina, de uma vez por todas, como quer e o que quer da Expo Mealhada. Por mim a Expo Mealhada não deve parar, é um comboio que está em andamento e tem trazido muito, tem contribuído para a divulgação do nome da Mealhada, tem contribuído para a afirmação do concelho. Também não queremos e nem vamos comparar a Expo Mealhada a outros eventos do género, porque também não podemos comparar a dimensão do nosso concelho com as de outros. Há também a questão da idade... Nunca fizemos a Expo Mealhada com o objectivo de copiarmos qualquer coisa doutro tipo de eventos. Fizemos a Expo Mealhada para que a cidade se afirmasse no tecido empresarial como local privilegiado para exposição e divulgação de produtos e produtores. Achamos que a Mealhada tem condições para realizar uma Expo como tem, já, para uma Feira de Gastronomia, que tem sido um êxito. A minha opinião é a de que, na perspectiva económica, na dimensão, na divulgação, a Mealhada teria a ganhar se juntasse os dois eventos. Não é assim, porém, que o poder político entende e temos que respeitar.
Quanto à realização da Expo Mealhada 2007 qual o ponto da situação?
Nós estamos à espera de uma reunião conclusiva com a Câmara Municipal, que eu desejo que muito rapidamente, para podermos definir as questões principais. Começa o tempo a escassear.
Já se corre o risco de, mesmo com boa vontade, não se ir a tempo?
Já começa a ser dificil. Já é uma nau complexa de gerir, que envolve muitas coisas, tem muitas implicações e eu não gosto nada de fazer coisas em cima do joelho. Gosto muito de programar as coisas com algum tempo, porque mesmo programadas há sempre imprevistos. Queria deixar um apelo a todos os políticos: em vez de, por vezes, andarem a provocar chicana política, prestariam melhor trabalho ao concelho se contribuíssem para haver um dar as mãos, digamos assim, de forma a que possamos transformar este evento numa realização maior e mais valorizada. Andarmos a ver só se quem, organiza é A ou B ou C pouco importará. Para mim o importante é que se organize.
Não cessou o diálogo com a Câmara?
O diálogo tem sido aberto. Só falta, neste momento, a definição de algumas questões de pormenor. Nenhum evento destes se poderá realizar satisfatoriamente se o município onde está inserido não estiver fortemente envolvido. É preciso que o município defina, claramente, o que haveremos de fazer da Expo Mealhada. Se o município estiver efectivamente interessado em que realizemos a terceira Expo Mealhada, não será pela ACIM que ela não se realiza. É bom que as pessoas entendam que o processo já está a atingir uma dimensão que é muito desgastante, mais do que as pessoas pensam.
Até aqui temos tido uma excelente colaboração de todos os órgãos de comunicação social do concelho. Quanto às empresas sabemos que não têm tido um ano fácil, mas estarão com certeza mais uma vez interessadas em participar e vão perguntando, com alguma insistência, em que ponto está o processo de organização da feira. A ACIM está disposta, mais uma vez, a avançar, mas precisamos que a Câmara se decida.
Na assembleia geral da ACIM que aprovou o orçamento para 2007, sentia-se que havia garantias de que a Câmara , de alguma maneira, iria assumir a organização do certame. O que é que mudou?
Eu o confirmo é o seguinte: é que surge no orçamento municipal de 2007, pela primeira vez, uma rubrica intitulada Expo Mealhada. A ACIM, por seu lado, não está de maniera alguma afastada da Expo Mealhada, mas eu acho que, a exemplo do que acontece noutros locais, a iniciativa deve partir da Câmara Municipal. Só por duas razões: pela dimensão da Expo e porque a ACIM é uma associação recente. Estava mais ou menos assumido que seria a Câmara a liderar a organização, mas com o nosso apoio. Trabalharíamos sempre em conjunto. Parece que a Câmara não quer que seja assim. Nós, apesar de tudo, não queremos deixar morrer o evento. Estamos à espera da dita reunião com a Câmara, para resolver isto.
(in Jornal da Mealhada, 21 de Março de 2007)
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