Universia

quarta-feira, janeiro 17, 2007


MEALHADA

Aborto: Por que não?





Na sexta-feira, dia 12 (e como tínhamos anunciado), realizou-se no salão paroquial da Mealhada um debate sobre a problemática do aborto, orientado pelo médico Luís Marques, tendo como moderador João Loureiro, jurista.
Luís Marques começou por dizer que, "hoje em dia, não é necessário apresentar razões para abortar, mas curiosamente, para não se abortar tem de se dar imensas razões". De seguida tratou, com explicação científica, a formação da vida humana, num "processo contínuo".
"Leis que salvaguardem a vida da mãe e do filho, a própria prevenção do aborto, apoios efectivos à maternidade e à paternidade, auxílio às famílias numerosas, protecção das grávidas, apoios apropriados às mães solteiras, estímulo e revalorização da adopção, apoios às famílias com deficientes e aos deficientes, educar para o valor insuperável de cada vida humana" são desafios que, na opinião do orador, se colocam no nosso tempo. "Uma lei que permite às mulheres fazerem abortos às dez semanas de gravidez não vai fazer com que deixem de existir os abortos clandestinos, depois desse tempo", disse também.
Luís Marques falou de algumas complicações psicológicas que o aborto causa às mulheres que o fazem, como "síndrome de stress pós-traumático, disfunções sexuais, tentativas de suicídio, abuso de álcool e drogas, problemas de vinculação e abortos de repetição" e das "complicações imediatas (dor, hemorregia, febre, infecção, vómitos, ...), risco aumentado de cancro da mama,do útero e ovário, perfuração do útero, laceração do colo do útero, parto prematuro, doença inflamatória pélvica e até mesmo a morte".
Depois de explanar as alterações legais que, no âmbito do aborto, têm ocorrido desde 1984, Luís Marques considerou que, se o sim vencer em 11 de Fevereiro, tal siginificará "a liberalização total do aborto, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas e em estabelecimentos de sáude legalmente autorizados" pois, concluiu, "esta lei consiste na desprotecção total da vida humana até às dez semanas".
João Loureiro deu também a sua opinião acerca da problemática em debate, concluindo: "Em países onde esta lei já está em vigor, continuam a existir mulheres que fazem abortos ultrapassando as dez semanas".

Mónica Sofia Lopes
(in Jornal da Mealhada, 17 de Janeiro de 2007)