ESCOLA SECUNDÁRIA DA MEALHADA
Inquérito alerta para
causas da obesidade infantil e juvenil
No final do ano lectivo 2005/2006, a Escola Secundária da Mealhada (ESM)fez um inquérito sobre hábitos alimentares dos seus alunos, dividindo-os em dois grupos. O primeiro abrangeu duzentos e vinte cinco estudantes, com idades compreendidas entre os treze e os quinze anos. No segundo estavam cento e setente e um discentes, com idades compreendidas entre os dezasseis e os vinte e um anos.
Do inquérito constavam treze perguntas. Pelas respostas foi possível tirar algumas conclusões acerca de hábitos alimentares menos correctos destes jovens.
A maioria dos alunos respondeu que dispensava a sopa nas suas refeições. Preocupada com esta situação, a ESM, disse-nos a drª Graça Faria, professora na ESM e uma das responsáveis pelo gabinete de apoio ao jovem (GAJ), vai realizar "a festa da sopa", na semana que antecede as próximas férias de Natal. Nesta altura vão estar à disposição dos alunos equipamentos que permitem fazer a avaliação da pressão arterial e a medição do índice de massa corporal (IMC), ou seja, a relação entre peso e altura.
Em relação aos legumes a falha é grande e a falta da água no dia-a-dia também causa preocupação. "Reparámos, com este inquérito, que os jovens trocam a água pelos refrigerantes com corantes e conservantes", comentou Graça Faria.
Os alunos que têm por hábito consumir diariamente chocolates, bolos, rebuçados e gomas são os da faixa etária compreendida entre os treze e os quinze anos. É também nestas idades que a comida do tipo "fast-food" é ingerida diariamente.
O peixe, um dos alimentos mais importantes, é praticamente excluído das refeições destes jovens.
A resposta que mais alarmou a professora Graça Faria foi o facto de muitos dos alunos, das referidas faixas etárias, consumirem, às vezes, bebidas alcoólicas.
Já em relação aos produtos lácteos (leite, queijo, iogurte...), pelo menos meios-gordos, a preocupação é menor visto que quase todos os alunos dizem consumir, diariamente, pelo menos dois copos de leite.
Depois de avaliados os resultados deste inquérito, a drª Graça Faria e a drª Graça Pereira, responsáveis pelo GAJ no presente ano lectivo, apostaram nalgumas actividades na tentativa de alterar os hábitos alimentares dos alunos.
Estão já definidas muitas dessas actividades, a realizar ao longo do ano lectivo, tais como introdução no bufete da escola de alimentos mais racionais (legumes, sumos naturais, fruta e gelatina), pesquisa sobre a história da alimentação (para conhecer aspectos saudáveis da alimentação dos antepassados), realização de um inquérito de opinião sobre a cantina e o bufete (para avaliar a alimentação fornecida pela escola) e análise das políticas alimentares transgénicos, sensibilizando para os aspectos prejudiciais de alguns alimentos.
Irá também realizar-se uma palestra, intitulada "alimentação saudável, alimentação agradável", não só a alunos e professores mas também a pais e encarregados de educação. "Muitos dos maus hábitos alimentares dos alunos são resultado de uma alimentação precária que existe em casa", disse também a drª Graça Faria.
Mónica Sofia Lopes
(in Jornal da Mealhada, 6 de Dezembro de 2006)
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